quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

It´s a wonderful life


Eu sempre amei o Natal. Sempre. Tem festa mais fofa, mais divertida?
Eu sempre espero ter o melhor Natal de todos os tempos. E, normalmente, tenho.
Esse ano, não foi diferente.
Começou dia 23, com o SBT honrando uma tradição natalina que a Globo uó queria estragar: GRINCH DUBLADO! Amo enlouquecidamente o filme. Acho tudo de fofo, principalmente a coisa de o Natal não vir de uma “store” e, talvez, significar um pouco “more”. (O jeito rimado de falar dos quem é uma delícia!).
Aí dia 24 foi perfeito... Família. A família que vai diminuindo, mas continua unida. Mãe, pai, irmã, cunhado, tio, tia, prima insana. Comidas maravilhosas, conversas divertidas, brincadeiras, piadas, fotos engraçadas, videokê, presentes, muitos presentes.
Papai Noel me deu tudo que eu queria. Roupas e mais roupas, livros... Um DVD da Barbie pink!! A possibilidade de tirar fotos sem depender dos outros! Mas, o que eu mais queria, ele também me deu: ver minha mãe feliz, tranqüila, com uma estabilidade que a possibilitou uma nova sala, banheiros arrumados, muitos presentes. E mais calma.
Dia 25 perfeito, com comidinhas e mais conversas familiares...
Dia 26 com unhas pink e... família.
Dia 27 com muitos filmes.
E dia 28 com uma tarde de Spoleto, Starbucks e Madagascar 2 com um grande amigo.
Pra finalizar, A Felicidade não se Compra, o filme mais gracinha ever e muito choro de felicidade no final do filme. Choro de fé na humanidade restaurada. Choro de fé como um todo restaurada. Choro de ver que tudo é divino maravilhoso. E que nenhum homem (ou meninota) é um fracasso quando tem amigos. E que é mesmo uma vida maravilhosa.
Saldo do Natal: redescobrir a família maravilhosa que eu tenho.
E agradecer ao surdinho lá de cima por ter me presenteado com ela.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Cuidado com o vaso de flor!!!!


E aí eu entrei no teatro.
Vazio.
Escuro.
Cadeiras empilhadas.
Lembrei...
A Carol no MSN: “Acho que o Fernando vai dirigir vocês!”.
O primeiro dia: “A gente vai montar teatro do absurdo, né?”
Os contos de mistério.
As leituras.
As desistências...
As reestruturações.
A definição das cenas, do tema... Figurino, cenário, músicas, formas de amarrar as cenas.
A sala de espera.
E os ensaios. Falar muito pra não dizer nada. Ficar tonta de tanto girar em volta da mesa.
E aí eu vi. Na escuridão. Invisível aos olhos... vi com o coração.
Eu e o tio do carreto levando o cenário.
O Fábio montando as coisas.
O último ensaio.
Meu primeiro “Boa noite, sua senha!” pra valer.
E todas as rodadas em volta da mesa.
E todos os sorteios.
E todos os “Tá com medinho?”.
E todos os jantares, completamente diferentes um do outro.
E eu ouvi.
Os risos.
Alguns reconhecíveis: minha mãe, minha irmã, o Lauri, a Janis...
Alguns que quase desconcentravam: o Ferdi e a Tali.
E muitos que eu talvez nunca mais ouça.
E ouvi...
“O Ferdi tá chorando...”
“Cena em quatro tá ainda melhor!”
“Você viu quem tá na mesa?”
“Opa! Que susto!”
“Ninguém tá ajudando a arrumar o cenário, pô!!!”
“She’s not me...”
“A mesma praça, o mesmo banco...”
“Mãezinha do céu...”
“Sabe esses dias em que horas dizem nada...”
“AZUL É SEU MANTO!!”
O silêncio.
Tudo sumiu. E eu vi o escuro e ouvi o silêncio.
Era a última sala de espera.
E elas caíram.
Incontrolavelmente.
Muitas.
Lágrimas...

The show mut go on! E ‘bora pro PA3a!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

admiravelmundonovomente...

É como se a gente sempre tivesse que ser racional.
Coerente.
Constante.
Como se houvessem placas espalhadas em todos os cantos.
"Não se confunda"
"Tenha absoluta certeza de tudo"
"Tudo é dogma!"
"Não mude"
"Saiba com precisão o que vc pensa"
"Saiba exatamente o que você sente"
"Explique tudo. Com palavras."
E eu, fugida de uma música de Raul...
Metamorfoseambulantemente.
Mudando.
Não tendo certeza.
Confusa.
Não sabendo...
Não entendendo...
Perdida.
E sem conseguir exlicar, sem conseguir prestar contas.
Será que eles vão me deixar ser eu?
Ser confusa?
Ser alguém que não sabe tudo?
E que muda?
Será que admiravelmundonovomente eu vou ter que reinvindicar direitos, como o Selvagem?
Ele reinvindicou o direito de ser infeliz.
Eu reinvindico o direito de mudar.
E o de não me entender.
E o de me confundir.
E o de só se ver bem com o coração...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

... mas eu quero!


Eu gosto dos Beatles. Como a maioria das criaturas normais. Eles são realmente legais. E as músicas são ótimas.
E eu sou daquelas que acredita nas coisas. Acredito até que o Paul McCartney de verdade morreu (de-ca-pi-ta-do! o horror, o horror...) e esse que tá aí é um sósia que deu certo e teve sorte. Natural, então, que eu acreditasse que a Yoko acabou com o grupo.
E aí, eu não gosto da Yoko. Não mesmo. Tenho horror dela. Lennon podia arranjar alguém melhor... Mesmo pq, convenhamos, ela é feia demais e o cara era só da maior banda e devia ter milhares de mocinhas aos seus pés e tal.
Enfim...
Li uma vez algo que achei muito legal sobre o casal. Um jornalista fez uma pergunta medíocre pra ele. Jornalistas têm essa tendência a fazer perguntas medíocres. E, antes que algum representante fiquei blé com meu comentário, quero deixar bem claro que eu tenho guardado no meu armário um diploma uó de couro que me inclui no grupo dos jornalistas que fazem perguntas medíocres.
O cara comentava o fato de John e Yoko estarem sempre juntos, grudados. E aí ele perguntava, com um certo desdém, "mas afinal, você precisa mesmo estar o tempo todo com ela?".
John muito calmamente respondeu "não, eu não preciso estar sempre com a Yoko". E completou - na resposta mais nhonhonho de todos os tempos - "... mas eu quero."
Pois é, Seu Lennon. Tem coisas que a gente simplesmente não precisa... mas quer.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Tell me Sarah, what do you think of my labyrinth?


Jareth: Turn back, Sarah. Turn back before it's too late.

Sarah: I can't. Don't you understand I can't?

Jareth: What a pity.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Como diria Mel C...

... do alto de toda a sabedoria spicegirl, things will never be the same again.

prontofalei.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

The promise

If you need a friend,
don't look to a stranger,
You know in the end,
I'll always be there.

And when you're in doubt,
and when you're in danger,
Take a look all around,
and I'll be there.

I'm sorry, but I'm just thinking of the right words to say. (Ipromise)
I know they don't sound the way I planned them to be. (Ipromise)
But if you'll wait around a while, I'll make you fall for me,
I promise, I promise you I will.

When your day is through,
and so is your temper,
You know what to do,
I'm gonna always be there.

Sometimes if I shout,
it's not what's intended.
These words just come out,
with no gripe to bear.

I gotta tell ya, I need to tell ya, I gotta tell ya, I gotta tellyaaaa ...

(eu adoro o when in rome por só ter uma música conhecida e ela ser perfeitaperfeitaperfeita)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

DA FELICIDADE



Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão,por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!
Pq Quintana é uma fofura...

terça-feira, 4 de novembro de 2008

This is love... this is love.



Garden State é um filme interessante. Quer dizer, é mais que isso, é maravilhosamente fofo e delicioso de ver. O interessante, na verdade, é que eu e a hermana assistimos do nada. O cartaz era legal, talvez... E nos apaixonamos perdidamente por ele.

Ele é todo gracinha, história fofa, Zach Braff fantástico, até a Natalie Portman (que eu acho bem uó) tá um arraso... E aquela trilha sonora lindérrima e os diálogos inteligentes e tanta coisa engraçada que te faz rir até doer a barriga e tanta coisa fofa que te faz chorar, um choro gostoso, um choro maravilhado.
Semana passada eu falei sobre ele algumas vezes... Muitas. Eu sempre cito algo dele, sempre acabo contando a história do filme. Normalmente, falo da cena da banheira. Pra mim, o ponto alto do filme. E da Sam dizendo "That's life. If nothing else, its life. It's real, and sometimes it fuckin' hurts, but it's sort of all we have.". Mas tenho pensado muito em outra partezinha da mesma cena, em que o Andrew fala da mãe...
Andrew Largeman: You know, this necklace makes me think of this totally random memory of my mother. I was a little kid, and I was crying for one reason or another. And she was cradling me, rocking me back and forth, and I can just remember the silver balls rolling around. And there was like snot running down my nose. And she offered me her sleeve and told me to blow my nose into it. And I can remember, even as a little kid, thinking to myself, this is love... this is love.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Baby, if I could change the world...

Eu acho Fenômeno um filme muito fofo mesmo. Mesmo.
Acho o Travolta um cara muito bacana.
Acho a trilha sonora fofíssima. Destaque pra Jewel e Eric Clapton, que me fazem chorar (ela) e abrir um sorrisinho (ele).
E adoro essa cena:

George Malley: Now, uh... he didn't say how long.
Lace Pennamin: Days, or weeks... they don't, they don't know.
George Malley: I'm so sorry, Lace. I know how you hate surprises.
Lace Pennamin: I tried so hard not to love you.
George Malley: How'd you make out?
Lace Pennamin: Terrible.
[they chuckle]
George Malley: Hey, would you, uh, love me the rest of my life?
Lace Pennamin: No. I'm gonna love you for the rest of mine.

Ohmygodeusoutãopatéticasempre.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Herança allende-garciamarquez-almodovariana




Era uma vez uma menininha. Ela nasceu em Macondo, dentro de um livro de Gabriel Garcia Marquez. E, por isso, coisas incríveis aconteciam na vida dela. Realismo fantástico comandando sua existência. Só que, mesmo nascendo ali, sua gestação remontava a outra mente, outros mundos. Ela era uma personagem de Isabel Allende, nascida num livro de Garcia Marquez. Ela tinha todas as características herdadas, sua herança allendiana: era um desses - poucos e raros - seres nascidos para o ódio exarcebado, a vingança apocalíptica, o heroísmo mais sublime e a grandeza de um só amor. E aí ela cresceu. E se mudou. E foi viver em um filme de Almodovar, num infinito de cor e luz e som e fúria. Ela era uma personagem de Isabel Allende, nascida num livro de Garcia Marquez, vivendo num filme de Almodovar. E ninguém entendia isso. Ninguém podia imaginar de onde saía tamanha intensidade, herdada por eras, carregada por vidas. E, olhando para o rosto sereno dela, ninguém imaginava o turbilhão interno e eterno, o caos que ela carregava, as dores e as delícias que latejavam em cada célula de seu corpo. E, por ninguém saber, por ser seu segredo profundo, doía ainda mais.



* Música da vida do momento:






sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Mad World



O mundo é insano.

Mesmo.

Donnie Darko é um dos meus filmes preferidos (e, pra saber o quanto, tem um link aí do lado sobre ele). Gosto, particularmente, do início e do final. O início, ao som de The Killing Moon é bárbaro. Mas o final... Que coisa bonita! Aquelas cenas todas, aquela comprovação de que o mundo é loucão e a música, Mad World, na versão gracinha do Gary Jules. Perfeito.

A versão gracinha de Mad World saiu da trilha de Donnie Darko e foi pra trilha de No Natal a Gente Vem te Buscar. Era a abertura. E a letra, perfeita pro Donnie, era perfeita para a Emília.

Mad World é parte da minha soundtrack. Da trilha sonora da minha vida.E a letra, perfeita pro Donnie e pra Emília, é perfeita pra mim. E, acho, pra cerca de 70% ds criaturas vivas nesse mad mundo...

Cada hora tem uma frase (ou uma dupla delas) que me faz pensar "essa é a melhor parte da letra". A melhor parte sempre muda. Como muita coisa pra mim. Tudo é o mais-melhor-pra-sempre por questão de segundos.

Agora, pra mim, não há nada como a segunda parte da música.

Went to school and
I was very nervous
No one knew me

Essa sensação, o nervosismo por ninguém me conhecer, é algo eterno. Não era só quando eu ia pra escola e ninguém me conhecia. É como se ninguém nunca me conhecesse. Nem eu. Aliás, eu devo ser a que menos me conheço e sou capaz de apontar umas 3 ou 4 pessoas que me conhecem melhor do que eu me conheço, o que eu acho beeeem surreal.

Hello teacher tell me what’s my lesson é o auge. É o que eu tenho tentado descobrir: qual é a minha lição? Eu acho que as coisas todas que acontecem sempre estão acontecendo pra que a gente aprenda algo, mas tem aquela coisa do universo ser leeeeeerdo e, por isso, eu fico com essa sensação de que eu não sei o que eu estou aprendendo. What's my lesson, teacher? Pq eu passo por essas coisas, o q eu tenho q aprender?

I find it hard to tell you
I find it hard to take

É o fim apoteótico, pra ser beeeeem cafoninha com as palavras. É difícil de dizer. E de entender. Muita coisa. A maioria das coisas. É um mundo muito, muito louco, minha gente!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

The guy that ignores you

Tenho conversado muito com ele. Ou tentado. Confesso que por muitas vezes é um tédio: ele não responde, eu não sei se ele tá me ouvindo. Eu peço pra ele me orientar e nada. Eu nunca escutei a suposta voz de trovão dele. Eu tento simplificar, fazer perguntas que podem ser respondidas com "sim"e "não", mas nada. Tudo bem, eu não esperava que ele balançasse a cabeça, mas, poxa, o cara tem o poder de sacudir o Universo se ele estiver no clima. Ele nem tosse. Nem suspira. Eu falo, falo, falo, reclamo, peço, agradeço, exponho minhas dúvidas, levanto hipóteses, falo mais, acabo chorando. Nada. Um enorme monólogo. Aí eu sempre termino dizendo "Já que você não quer falar, me dá um sinal, pelo menos". Ele não dá. Ou eu não entendo os sinais dele.

Será que ele é surdo?

Lincoln Six-Echo: What's "God"?
McCord: Well, you know, when you want something really bad and you close your eyes and you wish for it? God's the guy that ignores you.
(The Island, 2005)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

A M.


O que eu realmente gosto do meu trabalho é a M. Ela divide a sala comigo. E é uma pessoa incrível, cheia de observações fantásticas. Ela me faz pensar muito e me faz entender coisas em mim. E isso que ela não sabe quase nada de mim. É que eu sou assim. Pouco falo de mim, da minha vida, das minhas crises, das minhas inquietações. Falo, para poucos, para os escolhidos a dedo. Eu tenho uma dificuldade enorme em confiar nas pessoas. E, até quando eu confio, é difícil eu me abrir. Eu confio na M., mas não falo nada pra ela, mesmo assim.
Ela não sabe nada do meu passado, sabe muito pouco do meu presente. Mas aposto que sabe mais do meu futuro do que eu. Ela intui, simplesmente. A M. é assim. E ela faz observações sobre mim, que me deixam chocadérrima.
Eu ando tendo sonhos que acabam comigo. Eu tenho certeza que eles querem me dizer coisas, mas eu nunca entendo e fico numa angústia tremenda. Um dia desses, eu acordei chorando de um deles. Aí a M. chegou e disse "Tá tudo bem?". Não tava, mas eu me faço de durona e disse "Tá.". Mas ela é esperta e disse "Tem certeza?". E eu - teimosia taurina sempre - insisti "Tenho". Aí ela disse que eu estava com uma postura de quem estava em uma profunda crise existencial. E eu não aguentei e contei o sonho. Ela não me conhece, não sabe quem são as pessoas do sonho. Mas fez uma interpretação que simplesmente fazia sentido.
Ontem a M. me disse que eu tenho um espiritozinho curioso, de alguém que gosta de aprender coisas novas sempre. E eu fiquei pensando "Como ela sabe?".
Às vezes eu acho que a força que controla o Universo mandou a M. pra minha vida pra me ajudar... Tipo um Clarence...

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Pegar carona nessa cauda de cometa




Eu não nasci pro trabalho. E não é que eu seja preguiçosa, com ambições de ser madame. Como boa taurina, eu trabalho pra valer, me dedico de corpo e alma, visto a camisa da empresa e todos os clichês possíveis. Eu trabalharia maravilhosamente feliz e satisfeita se trabalhar não implicasse em lidar obrigatoriamente com pessoas que você – em hipótese alguma – admitiria no seu círculo de amizades.

Pessoas são complicadas. Pessoas trabalhando são ainda mais. Elas focam no individual e não no coletivo, mesmo que todos os livros e especialistas se esforcem em ensinar o contrário. Elas não conhecem o teu trabalho, mas acham q vc não está fazendo o melhor. Eu quero dizer, elas não fazem a menor idéia do que vc faz, mas elas acham q vc deveria fazer diferente. Mesmo q vc – que obviamente conhece o que faz – esteja fazendo já da melhor maneira possível.

E elas fazem planos mirabolantes. Que não dão certo. Mas elas não admitem. Aliás, ninguém admite que a grande inovação foi uma enorme furada. E vc – que gostaria de gritar aos quatro cantos que ESSA PORCARIA NOVA SÓ ATRAPALHOU O SEU TRABALHO – fica parecendo uma criatura estranha, indo contra a corrente.

Enfim... Eu não nasci pro trabalho, como diria o síndico.

Eu vivo sempre

No mundo da lua

Tenho alma de artista

Sou um gênio sonhador

E romântica...

E tudo que eu queria era...

Pegar carona

Nessa cauda de cometa

Ver a Via Láctea

Estrada tão bonita

Brincar de esconde-esconde

Numa nebulosa

Voltar prá casa

Nosso lindo balão azul...

Baby vestida de Emília, me acompanhe!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O caos criativo

A velha eu me disse que eu não sou impulsive coisa nenhuma. Ou que sou só em alguns aspectos. E eu acho que ela acha que eu deveria ser em outros. E eu não sei se eu acho que eu devo ser. Talvez eu ache que eu tenha medo de ser.

E o meu vício diário me rendeu isso:
Consulente: Talita

Tema: O Louco - O caos criativo

Aspectos Favoráveis: Os Enamorados - O poder da sedução

Aspectos Negativos: Rei de Ouros - Excessos perigosos!

Conselho: 8 de Paus - Aprendendo a relaxar e a confiar

Resultado Final: Ás de Ouros - O desabrochar da semente do amor

Quais lições preciso aprender para me relacionar melhor? 6 de Copas - Viver o melhor do presente


O caos criativo? Aprendendo a relaxar e a confiar? Viver o melhor do presente? What the hell???

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O vestidinho



Todo dia, de manhã, eu abro o armário pra escolher uma roupa.

Penso em calças... A mais nova, que é bacana, mas arrasta no chão e está extremamente larga? A que era da ermã, que não arrasta, mas também está larga? A estilinho mais social, que começa a alargar tb, apesar da cintura mais alta?
(Pausa: Não, eu não estou emagrecendo. Eu estou encolhendo. Uma coisa meio lilliputiana. Meu pé também está menor, os sapatos estão largos).

Penso em blusas... A dupla-face que eu descobri magicamente que fazem pra adultos também? A verde com capuz? A verde mais clara? A verde mais escura? Aparentemente todas são verdes. E roxas. E pretas. E todas são boas opções.

E aí eu vejo ele. No cantinho. Azul marinho, a cor que eu mais detesto, junto com o marrom. E aquelas florzinhas estúpidas em partes pequeninas. E aquela golinha boba. E as mangas bufantes. E a cintura alta. E o laço nas costas. E ele me tenta. E ele diz “Vai! Me coloca. E pega aquelas meias com babados na gaveta e o sapatinho azul marinho no armário. E os laços vermelhos! Não esqueça dos laços vermelhos!”.

Eu coloco uma calça e uma blusa.

Eu nunca escolho ele.

Mas ele me escolhe todo dia...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Princesa de Paus


Eu sou viciada em pseudo-formas de prever o futuro. Mas não um futuro distante, a neurose de como estarei daqui a 10 anos. Eu gosto de saber tudo pra hoje. Aí, de manhã, sempre leio horóscopo e tiro a minha carta de tarô de hoje. O engraçado é que a carta sempre responde uma pergunta minha... Aí hoje, saiu ela!


A Princesa de Paus emerge do Tarot como arcano conselheiro para este momento de sua vida, Talita. Trata-se de um momento de tomar consciência dos seus sonhos e objetivos, direcionando-se para eles. Você terá diversas tentações de se sentar e ficar esperando que as coisas aconteçam por si só. Não se permita a isso, mova-se, Talita! A Princesa de Paus é a imagem dos primeiros lampejos de idéias, amores ou projetos. Você sentirá a inércia e o tédio se evadindo de sua existência e finalmente imprimirá movimento à sua vida. Muitas águas hão de rolar e este é apenas o processo inicial de uma provável aventura muito gostosa. Lance-se sem medo! Quanto mais coragem, mais resultados! Mesmo que você ouça “não”, a negativa será apenas inicial.
Conselho: Arrisque-se!


Toda menina é uma princesa e, aparentemente, hoje eu sou a de paus.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

And we don't care about the young folks


Eu lembro que Roh me mandou Young Folks no MSN. Ouvi sem prestar atenção... ok! Duas semanas depois resolvi ouvir de novo, prestando atenção. Amor a segunda ouvida! O assobio, a letra, as vozes tão doces, o ritmo alegrinho... A vontade de sentir o que a música canta, a vontade de cantar a música sentindo.

Não resisti: encaixei a música na trilha do Natal. Caiu perfeitamente. Parecia que estava predestinado a ser assim. Certas coisas são assim, parecem traçadas num destino por um deus fanfarrão. Certas músicas tb são assim. E eu gosto de pensar que a música foi composta pra mim. Mesmo que quem compôs nem suspeite da minha existência...

If you knew my story word for word
Had all of my history
Would you go along with someone like me

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

For a minute there, I lost myself

Eu tenho uma tendência a desenvolver um comportamento meio obsessivo com músicas. De repente ouço uma – que eu não conhecia até então, ou que não ouvia há um bom tempo – e me identifico. Ela é – incrivelmente – a música da minha vida. Daquele dia. Daquela semana. Daquele momento.

Karma Police é a bola da vez. Ela me faz pensar em muitas coisas... E coisas que não se relacionam em nada. Ou se relacionam e só eu não percebo.

A primeira coisa que ela me faz pensar – e é algo que eu tenho pensado muito nos últimos tempos - é: o universo é lerdo. Eu acredito que tudo dá certo no final e que as coisas se explicam num momento, que todas as coisas que não fazem o menor sentido agora, estão acontecendo por algum motivo que será explicado em breve. Acontece que há uma discordância. Pra mim, em breve é nas próximas 24 horas. Espero soluções e esclarecimentos a jato. E não sou atendida... Pois pro universo e sua looooonga existência de zilhões de anos, em breve pode ser em 48 anos. E isso me enlouquece. Estamos em tempos totalmente diferentes e precisamos conviver, eu e o universo. Só eu sei o quanto isso é difícil...

O nome da música, confesso, me dá medo. Eu fico imaginando policiaizinhos de roupas vermelhas e douradas, prendendo geral, mandando pra DP... Por crimes que nem sabíamos que eram crimes, talvez. E aí, no momento do interrogatório, eu diria: “Karma Police, I've given all I can, it's not enough, I've given all I can, but we're still on the payroll”. Me parece constantemente que eu tenho dado tudo o que posso. E não é suficiente, nunca é suficiente. Nem pros policiazinhos, nem pra delegada, nem pras outras pessoas... E o vazio de sentir que eu dei tudo que eu podia e não foi suficiente e isso me condena a stillzar no payroll... Isso é difícil tb!

A essa altura, a pergunta deveria ser “Pq ela se tortura ouvindo essa música, céuz?”. Pq ela tem uma parte que eu gosto muito, a que diz “This is what you get, when you mess with us”. Pq eu me sinto, nesse momento, chapa dos policiaizinhos. Talvez eles até me deixem usar um uniforme também e dizer pras pessoas de alma bem pequena remoendo pequenos problemas: “Isso é o que você ganha por se meter com a gente!” Pq eu também aprendi q o universo é lerdo, mas age. Tudo vê, tudo sabe, tudo sente. E castiga ou premia as pessoas, por suas ações. E ai de quem se meter com “us puliça”. E comigo, claro.

E o final da música? “For a minute there, I lost myself, I lost myself”. Perdi mesmo. Mas aí já é uma outra história e muito longa…

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Follow the yellow brick road



Minha paixão por O Mágico de Oz chega a ser óbvia. Até quem nunca me viu, ao se deparar com meu pé esquerdo descobre isso; lá está a instrução para a vida – já que ela não vem com um manual: Follow the yellow brick road! É essa estrada de tijolos amarelos que te leva à Cidade de Esmeraldas e ao tal mágico, é ela que te leva à solução para seus problemas e é ela que te faz enxergar que o poder para resolver toda e qualquer situação sempre esteve dentro de você mesmo.

A vida, na verdade, é essa estrada. É um caminhar e crescer e se desafiar e encontrar amigos que te acompanharão pelos tijolos amarelos. É julgar-se muitas vezes sem cérebro e descobrir que se é um gênio; é julgar-se muitas vezes sem coração e descobrir que se ama muito; é julgar-se muitas vezes sem coragem e descobrir que é muito mais corajoso que um leão. E é, também, não ter cérebro, não ter coração e não ter coragem... algumas vezes...

Minha dúvida eterna em relação ao filme (e livro, e obra, e história, e tudo mais) é: qual dos companheiros de jornada de Dorothy é o meu preferido? O leão – mesmo sendo divertido e fofo – foi excluído da disputa há muito tempo. Restam dois.

Eu tenho uma tendência a me encantar pelo Espantalho. Acho o diálogo abaixo o ponto alto do filme.

Scarecrow: I haven't got a brain... only straw.
Dorothy: How can you talk if you haven't got a brain?
Scarecrow: I don't know... But some people without brains do an awful lot of talking... don't they?

E choro toda vez que a menina Dorothy diz pra ele, na despedida, “I think I'm going to miss you most of all.”.

Mas, quando eu acho que o resultado está definido e que o rapazinho de palha venceu a disputa, eu lembro do Tin... Do teoricamente insensível Homem de Lata, respondendo ao mágico...

Wizard of Oz: As for you, my galvanized friend, you want a heart. You don't know how lucky you are not to have one. Hearts will never be practical until they can be made unbreakable.
Tin Woodsman: But I still want one.

É... Empate técnico. Ainda.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Wonderland

Tem livros que são sábios e ponto final. Um que tenha o trecho abaixo é mais do que sábio. É perfeito!

"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... Mas não posso explicar a mim mesma."
(Alice no País das Maravilhas)

a cold and broken hallelujah

E ela sabia o que ia acontecer.
E ela gostava do que ia acontecer.
Mas ela não podia acreditar que fosse acontecer mesmo.
E ela não podia contar pra ninguém que iria acontecer.
E ela tinha medo - muito medo - de que não acontecesse.

***

Eu amo todas as versões de Hallelujah. Lindamente triste. Qualquer um que cante fará uma versão linda. E triste. O Tiririca faria uma versão linda e triste; Atchim e Espirro fariam uma versão linda e triste; Gretchen faria uma versão linda e triste (com gemidos de dor adicionados).

E Damien Rice fez isso... Muito bem, moço!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

You know it's thriller, thriller at night

... e, de repente, eu acho que toda a minha existência faz sentido. Eu cheguei até aqui para ver o Darth Vader dançando Thriller...

... e eu não consigo parar de rever e me matar de rir.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Maybe you're gonna be the one that saves me

Eu costumo me virar muito bem com palavras. Esse meu eterno caso de amor com elas, que começou tão precocemente, lá por 1985, serviu para isso. Sempre escrevi muito, sempre li muito. O resultado disso é que eu aprendi a combinar as palavras de maneira espantosa. Eu consigo domá-las e tirar o significado que eu quero delas. Tiro palavras, coloco palavras, rearranjo palavras e... tcharam! Consigo traduzir tudo. Ou quase tudo.

Tem horas que elas me faltam. Me abandonam. E aparecem coisas intraduzíveis. Me sinto muda, amputada, inútil, incapaz. Tem coisas que eu penso que as palavras não traduzem. Tem coisas que eu sinto que nem existem palavras inventadas até o momento para expressar. Stephen King, muito sabiamente, disse que as palavras diminuem o que está dentro da gente, quando a gente faz uso delas pra botar pra fora.

Eu gosto muito de Oasis. E, não, eu não mudei bruscamente de assunto. Wonderwall, pra mim, é uma música subvalorizada. Tocou tanto, tantas versões, se bobear até o Calypso fez um medley Wonderwall/ Isso é Calypso... Wonderwall virou o que chamam de “carne de vaca”. Mas Wonderwall tem momentos sublimes. Que atingem a perfeição, surpreendentemente, na versão delicada de Ryan Adams.

Só o início já é de arrepiar...

Today is gonna be the day
That they're gonna throw it back to you
By now you should've somehow
Realized what you gotta do
I don't believe that anybody
Feels the way I do about you now

Mas – e aí está a relação com o início de tudo – a tradução desses meus momentos em que eu não tenho palavras é:

There are many things that I would like to say to you
But I don't know how

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Oh take me anywhere, I dont care

Era dia 25 de julho e eu estava trabalhando e meu tio me ligou. Ele nunca me liga. E aí ele me contou que o vô da música das caveiras que se amavam tinha ido para o “outro lado”.

E aí, nem um mês depois, meu pai me liga. De manhã. Ele nunca me liga de manhã. E aí ele me contou que o outro vô – o das histórias mirabolantes – também tinha ido para o “outro lado”.

E às vezes eu penso se o “outro lado”não tá muito mais animado do que esse...

Tem dias que eu preciso escrever o que está dentro de mim. E tem dias que alguém já escreveu por mim. Geralmente em forma de música. A Tally de hoje já foi escrita há um bom tempo. E ela é assim:


Take me out tonight
Where there's music and there's people
Who are young and alive
Driving in your car
I never never want to go home
Because I havent got one
Anymore
Take me out tonight
Because I want to see people
And I want to see lights
Driving in your car
Oh please dont drop me home
Because it's not my home, it's their home,
And I'm welcome no more
And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten ton truck
Kills the both of us
To die by your side
The pleasure and the privilege is mine
Take me out tonight
Oh take me anywhere, I dont care
And in the darken underpassI thought
Oh God, my chance has come at last
(But then a strange fear gripped me
And I just couldn't ask)
Take me out tonight
Take me anywhere, I dont care
Just driving in your car
I never never want to go home
because I havent got one
I havent got one.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Life is a mystery...

Eu sempre questionei as vantagens da capacidade de pensar. Quanto mais se pensa, maior a insanidade da pessoa. Eu penso muito. Muito mais do que deveria, inclusive. O problema maior de pensar é que – quase sempre – a gente pensa pra tentar entender as coisas ou pra chegar a soluções. Nunca entende. Nunca chega a solução alguma. E ainda perde horas de nossa talvez curta existência nisso.

Penso muito atualmente sobre outra capacidade humana: a de mentir. Existem pessoas que mentem com uma naturalidade tremenda, de forma que acabam até acreditando na própria mentira e enganando todo mundo. E existem outros que não conseguem mentir nem uma mentirinha banal, daquelas que se mente só pra não machucar alguém. Tem gente que tem medo de ser Pinóquio, do nariz crescer ou de se auto-denunciar na mentira pregada e prefere ser sincera. Mais até do que deveria. Eu fico pendendo entre os dois lados. Eu não consigo mentir pra ninguém. Pra ninguém mesmo. Só de pensar em mentir eu já sei que vão perceber tudo, que eu vou me entregar, que minha voz vai mudar, meu olho vai me denunciar e um letreiro néon escrito ELA ESTÁ MENTINDO vai começar a piscar na minha testa. Tanto que, às vezes, quando a verdade não é aconselhável, prefiro ficar quieta. Mas há uma exceção. Uminha só. Existe alguém que eu engano na cara dura, sem pensar duas vezes e sem remorso e sem culpa. Alguém que eu engano maldosamente até. Mas eu só faço isso pq sei que essa pessoa vai demorar muito pra perceber a mentira. Isso se perceber algum dia. Eu ME engano com uma facilidade tremenda...

E aí eu vejo a previsão para Touro para amanhã e me deparo com isso:“Algumas questões domésticas que ainda não encontraram solução devem ser reavaliadas no dia de hoje. Pode ser que isso exija uma postura não muito doce de sua parte porque você sabe que algo deve terminar definitivamente para dar início a uma nova fase. Procure apenas controlar sua agressividade.”

E, quando eu já to cansada de pensar, eu vejo algo muito melhor na internet..... Eu vejo que ELA VEM! E eu percebo que tudo está bem. Que tudo faz sentido. Que tudo é divinomaravilhoso. Eu ME engano com uma facilidade tremenda... mas eu preciso ouvir Like a prayer ao vivo!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Em outubro....



... a gente vem te buscar!!

Turma do Natal completa, finalmente! Uhu!
As mocinhas de baixo -> Dani (Emília), Camis (Emília véia), Cínthia (Tete), Lilly (Matilde / Prima), Marcella (Adamantina) e Iza (Cidoca).
O povão em cima -> Juliano (Aldo), Graci (Maria Tereza), Tally - que vem a ser EU (Emilinha), Reinaldo (Túlio / Prof. José), Cris (Maria), Betty (Maria), Lucas (Tio / Mestre / Oh, captain, my captain... Bah! O diretor!), Jaque (Marli / Enfermeira), Luana (Lurdes), Cris (MT), Fabíola (Dra. Paula), Rafael (Sílvio), Carina (Mirian / Prima / Marina).

I am a princess. All girls are.


Eu adoro o filme A Princesinha. Acho bonitinha a coisa de "toda menina é uma princesa". E concordo. É mesmo.
Eu achei por um tempo que eu era a Fiona. Pq ela não é uma princesa muito convencional... Ela arrota e talz. E, bom, ela é uma princesa-ogra.
Eu tb achei q eu poderia ser a Mia. Ela é mais moderninha e menos tradicional tb. E o cabelo dela... Well...
Mas talvez eu seja uma das princesinhas tradicionais. Talvez eu seja uma princesinha Disney. Eu poderia mesmo ser uma delas... Ainda mais, vendo a imagem acima.
Ok. Definitivamente, eu sou a Sleeping Beauty.
E eu estou amando essa música.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

3 coisas…

Uma vez eu lembro de ter falado pra alguém “Você precisa aprender a valorizar quem te valoriza e não valorizar quem não te valoriza”. Que besteira! Como eu queria que alguém aprendesse isso se ninguém – ênfase no ninguém – sabe isso? É uma tendência humana, valorizar quem não valoriza. E eu me incluo nessa.

***

Ok, e a mulher que ficou 2 anos na privada? Pra mim é a notícia mais surreal que eu li nos últimos tempos. Cadê o mínimo de sentido nisso... Eu fico imaginando o casal. Pam e Kory. 2 lunáticos. Acho que eram 2 freakzinhos na escola e se apaixonaram. Aí foram morar juntos... Os pais da Pam falaram “Mas, querida, vc só tem 20 anos e a vida pela frente”. Mas era o grande amor da vida dela e ela foi. Ou ela achava que era o grande amor da vida dela. O que importa é que ela foi. Um belo dia, Pam e Kory resolvem pedir uma pizza. E Kory pede uma portuguesa. Pam, acabando de sair do banho, sente o cheirinho da pizza e corre pra cozinha. Abre a tampa. Fecha. Olha bem pra Kory e diz “O que é isso?”. Kory, abrindo uma cerveja diz “Pizza”. Pam: “Tem presunto na pizza”, Kory: “Eu sei”. Pam joga a pizza com tudo no chão enquanto começa a chorar compulsivamente e gritar “EU SOU VEGETARIANA! HÁ QTO TEMPO NÓS NAMORAMOS E VC NÃO SABE DISSO??? POR DEUS, NÓS MORAMOS JUNTOS, DIVIDIMOS A MESMA CASA E VC NUNCA PERCEBEU QUE EU NÃO COMO PRESUNTO?”. Começa a paranóia: “SABE PQ ISSO? PQ VC SÓ TEM OLHOS PARA A MELANIE! VC PENSA Q EU NÃO SEI Q VC FICA OLHANDO ELA PELA JANELA? ESSA MALDITA VIZINHA! SÓ PQ ELA VIVE ANDANDO DE CALCINHA E SUTIÃ PELO QUINTAL!”. Começa a parte “traga seus arrependimentos para brincar”: “MINHA MÃE ESTAVA CERTA. EU NUNCA DEVERIA TER VINDO MORAR CONTIGO, NUNCA!”. Kory olha, chocado. Pam corre para o banheiro e tranca a porta. Kory bate na porta “Pam, eu peço outra pizza, me desculpa”. Nada. Com mais força: “Pamela Christina Thompson, sai já desse banheiro”. Nada. Pam pensa “Eu nunca mais vou sair daqui, ele vai ver... Duvido q ele consiga viver sem mim”. Kory pensa “Bom, vou ver TV, uma hora ela vai sair...”. Duas horas depois, Pam “Esse cretino. Ele acha q eu vou sair, mas eu não vou”; Kory “Ela não saiu? Ela acha que eu vou pedir pra ela sair, mas eu não vou. Vou dormir e, uma hora, ela sai”. E aí eles ficam nesse impasse por 2 anos??? Eu só posso imaginar que eles estocavam comida no banheiro ou que Pam ganhará o Nobel por descobrir o incrível poder nutritivo dos sabonetes. E essa mulher não sentiu frio? Ok, ela se enrolou nas toalhas. Só eu acho q isso é muuuuito além da twilight zone? Será que quando ela grudou na privada (sim, ela grudou na privada e eu fico arrepiada só de pensar), ela pensou “Putz, grudei. Ah, mas esse cretino não vai saber disso, ele vai continuar achando q eu não saio pq não quero”. E pq – milhões de vezes pq – esse cara não percebeu que era estranho a mulher estar há mais de 2 horas no banheiro? Não estamos falando de 2 dias, mas de 2 ANOS! Eu imagino o cabelo dessa mulher qdo ela saiu, as unhas... Ou será q ela tirava cutícula, fazia chapinha, tudo sentadinha no seu trono? Ele disse que não percebeu que algo estava errado, pq ele usava o outro banheiro... Por deus, façam TODAS as casas com um único banheiro agora! Mansões com um banheiro, só um.
Eu estou muito chocada com isso.

***

Estou encantada por Detta / Odetta. Ela representa tão bem a dualidade do ser humano... Ela representa tão bem meu monstro...

sexta-feira, 25 de julho de 2008

NOTHING MAKES ANY SENSE!

Vc percebe que está ficando velha quando todos que fizeram parte da sua infância começam a “ir”...

Como Clementine, I’m getting old. E parece que estou mesmo desaparecendo... Pelo menos, o que eu fui, está; parte de mim, está. A parte que fazia bico depois de levar bronca por não saber matemática, depois aprendia a tocar Cai-cai Balão no teclado e aí ia até a cozinha, fazia sanduíches de queijo com goiabada, bisnaguinhas com requeijão, enchia um potinho de azeitonas e o copo amarelo (pq era a cor da equipe que eu torcia no programa do Bozo) com leite com groselha – tudo comprado no mercado Iaiá. Com tudo isso, eu sentava na sala e assistia todos os desenhos possíveis durante a tarde, enquanto minha mãe e meu pai trabalhavam e minhas irmãs pequeninas ainda estavam na escolinha. E ele – depois de brigar comigo por eu ser um fracasso em exatas desde sempre, de me ensinar teclado e me ajudar no lanche – sentava no sofá e fazia palavras cruzadas enquanto coçava o pé. E depois eu ia até o quarto dele, abria a segunda gaveta da mesinha de cabeceira e relia as cartas que eu escrevi pra ele do auge dos meus 5/ 6 anos, quando morava em Alta Floresta; cartas escritas nos papéis de cartas com cheirinho. E aí meus embrulhinhos chegavam e a gente dançava subindo no pé dele e gargalhava com a música das caveiras e via os slides da Disney. E era feliz.
É muito mais fácil ser feliz quando se tem 12 anos...
Mas alguém que eu amo muitomuitomuito deve estar, agora, dançando no pé dele. E eu aposto que é a música das caveiras que se amavam...

"... Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada,
aconchegada nos meus braços, que rio
e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."
Carlos Drummond de Andrade

Música da minha vida de hoje:
Walk in silence,
Don't walk away, in silence.
See the danger,
Always danger,
Endless talking,
Life rebuilding,
Don't walk away.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Lordy don't leave me all by myself

Woody sempre diz coisas sábias. Como:

"É agradável, de tempos em tempos, tentar imaginar o que teria sido a existência se Deus tivesse conseguido um orçamento e roteirista melhores".

Momento de vício em Moby. Música da vida de hoje:

Lordy don't leave me
All by myself
Whoa, in this world

terça-feira, 22 de julho de 2008

Just like honey...

Angústia [Do lat. Angustia} s.f. 1. Estreiteza, limite, redução, restrição: angústia de espaço; angústia de tempo 2. Ansiedade ou aflição intensa; ânsia, agonia 3. Sofrimento, tormento, tribulação: A triste reclamação acarretou o agravamento de suas angústias 4. Hist Filos. Segundo Kierkegaard, determinação que revela a condição espiritual do homem, caso se manifeste psicologicamente de maneira ambígua e o desperte para a possibilidade de ser livre 5. Hist. Filos. Segundo Heidegger, disposição afetiva pela qual se revela ao homem o nada absoluto sobre o qual se configura a existência.

Eating up the scum
Is the hardest thing for
Me to do
Just like honey

segunda-feira, 21 de julho de 2008

No, it's not going to stop

I believe whatever doesn't kill you simply makes you... stranger.

Meu final de semana começou com a descoberta dos meus mais novos ídolos. Quer dizer, de um deles eu sempre gostei... O tal do Cavaleiro das Trevas. Sempre achei fantástica toda a coisa do “Homem-Morcego” não ter poderes. Torna o herói mais real, faz com que a gente acredite que ele podia ser de verdade. Sempre gostei, também, da história do Mr. Wayne. E de toda a atmosfera sombria. Resumindo: o Batman comanda! Mas, ao sair do cinema na sexta, fui obrigada a admitir que o total oposto de tudo que o herói representava também me encanta. O caos, a anarquia, o Coringa... Ou seria o Heath Ledger? Incrível, espantoso, surpreendente, inimaginável. Ambos. O Coringa e o Heath Ledger.

Meu final de semana terminou com a (re)descoberta de que Magnólia é dos melhores filmes já feitos. Incrível! Nas minhas listas mentais de melhores cenas/ sequências do cinema, a chuva de sapos sempre entra. Ela é a representação perfeita da maior lição do filme: These strange things happen all the time. A segunda maior talvez seja a confissão em momento de desespero de Donnie Smith (ou Quiz Kid Donnie Smith): I really do have love to give, I just don't know where to put it. E quem sabe, Donnie, e quem sabe? E, de bônus, Wise Up. Linda, perfeita...

No, it's not going to stop,
Till you wise up.
No, it's not going to stop,
So just give up.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Set my spirit free...

TPM.
Eu odeio ter corpo na TPM.
Vontade de ser só alma, só espírito.
Tudo dói. Uma dor que não passa com remédio, com descanso, com reza brava, com nada.
Dor nas costas. Nos braços. Na nuca. No pescoço. Na cabeça. Nos ombros. Nas pernas. Na ponta do dedinho do pé esquerdo, o da estrada de tijolos amarelos.
E tudo triplica de tamanho. Quadruplica. Me sinto disforme. Me sinto como o Travolta em Hairspray.
My body is a cage, cantou o Arcade Fire.
Fui ver O Escafandro e a Borboleta. A idéia do escafandro grudou em mim e saiu do cinema me acompanhando. Para nossa mente, tudo é permitido, tudo é possível. Para o corpo, não. De maneira alguma eu menosprezaria todo o sofrimento de uma pessoa que só “movimenta” um olho (e o cérebro), mas acho que todo corpo é um escafandro e toda mente uma – ou muitas – borboleta. Todo corpo aprisiona, limita...
Meu escafandro, agora, dói muito e me coloca num lugar em que eu não queria estar. Mas minha borboleta voa bem longe daqui...

I'm standing on the stage
Of fear and self-doubt
It's a hollow play
But they'll clap anyway

I'm living in an age
Whose name I don't know
Though the fear keeps me moving
Still my heart beats so slow

My body is a cage
We take what we're given
Just because you've forgotten
Doesn't mean you're forgiven

Still next to me
My mind holds the key
Set my spirit free

(todo dia eu me apaixono por uma música do Arcade Fire... mas normalmente é Intervention...)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Preparada pro fim do mundo... com o Cascão!

Minha vida não é um seriado americano, mas é repleta de episódios... E, se fosse mesmo um seriado, a probabilidade de ser Seinfield era enorme. Ontem estava voltando pra casa de noite, depois do cinema, e lembrei do dia do famoso ataque do PCC. Ok, é algo dramático, até trágico. E todo o perigo, o medo, o caos... Mas qdo eu lembro, eu percebo que só faltava o Kramer aparecer pra ser um dos melhores episódios de Seinfield. Foi tudo muito engraçado...

Começando pelo trabalho. Dispensaram todo mundo e um fretado ia levar o povo pro metrô. Eu, óbvio, precisei fazer xixi antes de ir. Aí estou calmamente lavando minha mão qdo ouço uma moça falando pra outra “Nem lava a mão, a gente precisa ir rápido, ta louca?”. Gente... Chocada como as pessoas abandonam noções básicas de higiene por qualquer coisinha. Se o PCC ia atacar de qualquer forma, que, pelo menos, eu fosse atacada limpa, não?

Caos no fretado, caos no metrô... A rua da minha casa parecia cenário de filme-catástrofe: todo mundo correndo, todo mundo empurrando todo mundo, polícia, carros a 200 Km/h.... E eu rindo muito de tudo isso. Encontrei minha irmã e meu cunhado e fomos ao mercado. A idéia era: se a gente tiver q ficar preso em casa, precisamos de mantimentos, do básico, do necessário. Aí nós compramos papel higiênico, sorvete e uma revistinha do Cascão. Ou seja, estávamos preparados até pra Terceira Grande Guerra, pra uma invasão alienígena ou pro Apocalipse.

Voltando pra casa, quase fomos atropelados por um carro na contra-mão. Higiene, bom-senso e cidadania – são essas as primeiras coisas abandonadas pela humanidade diante de uma pseudo-catástrofe.

O PCC não atacou e, no dia seguinte, a vida voltou ao normal.

Mas eu sempre vou rir muito, sozinha, lembrando desse dia.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

it's hard to stay mad, when there's so much beauty in the world...

Eu tenho a melhor mãe do mundo.
As melhores irmãs do mundo.
Os melhores amigos do mundo.
Eu tenho uma casinha que eu gosto muito.
Um emprego que eu gosto muito.
Faço um curso que eu gosto muito.

Muita coisa blé acontece.
Muita coisa me entristece.
Me confunde.
Me deixa com saudade.
Me deixa com raiva.
Me deixa nervosa.

Mas, no fundo, é tudo tão pequenino... E o primeiro bloco de frases é o que importa... No fundo, eu concordo com o Lester... Há muita - mas MUITA mesmo - beleza no mundo...

I guess I could be pretty pissed off about what happened to me... but it's hard to stay mad, when there's so much beauty in the world. Sometimes I feel like I'm seeing it all at once, and it's too much, my heart fills up like a balloon that's about to burst... And then I remember to relax, and stop trying to hold on to it, and then it flows through me like rain and I can't feel anything but gratitude for every single moment of my stupid little life... You have no idea what I'm talking about, I'm sure. But don't worry... you will someday.
(Lester Burnham, em American Beauty)

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Trio Los Angeles


Caetano diz que é impressionante a força que as coisas parecem ter quando elas precisam acontecer... E eu acho impressionante o quanto a gente parece que precisava ser amigo...

Quando, em junho do ano passado, o menino de cabelo esquisito entrou atrasado na sala do elemento terra do Encontrão do Básico, nada mudou na minha vida.

Quando, em julho do ano passado, a menina do Workshop de Clown me ofereceu comidinhas no intervalo da aula e trocamos meia dúzia de palavras, nada mudou na minha vida.

Quando, em agosto do ano passado, eu entrei na sala daquela que seria minha turma de PA1 (e de PA2A e de PA2B...) e lembrei "Essa menina fez clown comigo.... Esse menino tava na minha sala do Encontrão...", nada mudou na minha vida.

Mas é que precisava acontecer...

E hoje, quando eu não imagino que algum dia eu possa estar longe deles e não ouvir "asterísticooooo!" e "oi, cara de boi!", eu só espero que nada mude e que a gente continue sempre assim, sendo amigos, primos, brimos, trio los angeles...

E ainda bem que ela era minha velha eu e ele era meu primo chato filho de cafajeste!

quinta-feira, 10 de julho de 2008

The killing moon... Will come too soon

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

(Lua Adversa - Cecília Meirelles)

** Fase de ler e copiar e não criar nada **

terça-feira, 8 de julho de 2008

Momento Barbie na Caixa

Dá pra acreditar q tem gente que ganha pra se divertir como a gente se divertiu sexta, sábado e domingo? Eu estou chocada pensando nisso.

Não, não dá pra acreditar!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Quem precisa do Natal?

E aí são 16h e você percebe que está sentada na frente do computador e que tudo que você queria nessa hora era estar chegando na Adolfo, com medo de estar atrasada e o tio brigar, arrumar suas coisas no camarim e xingar o Reinaldo pq ele é espaçoso e ocupou o espaço de 4 pessoas na bancadinha, incluindo o seu.
E aí são 16h30 e você percebe que está sentada na frente do computador e que tudo que você queria nessa hora era estar sentadinha enquanto o tio ensandecido grita "PALCOOOOOO!" e o povo vinha correndo pra ouvir as considerações sobre a última sessão de ontem.
E aí são 17h e você percebe que está sentada na frente do computador e que tudo que você queria nessa hora era estar fazendo cara de tédio enquanto as pessoas discutem coisas que não parecem ter a menor importância, como se "precisa de ver" é correto ou não.
E aí são 17h30 e você percebe que está sentada na frente do computador e que tudo que você queria nessa hora era estar procurando alguém que parecesse um pouco menos ocupado para abotoar seu vestido e fazer um laço.
E aí são 18h e você percebe que está sentada na frente do computador e que tudo que você queria nessa hora era estar pedindo pra Cínthia fazer a maquiagem dos seus olhos, enquanto você finaliza sua trança direita.
E aí são 18h30 e você percebe que está sentada na frente do computador e que tudo que você queria nessa hora era estar fingindo que está fazendo exercícios de voz, enquanto espera a hora de dançar horrores e bater na bunda.
E aí são 19h e você percebe que está desligando o computador e que tudo que você queria nessa hora era estar parada na beira do palco, encarando a Camila sentada lá no fundo, segurando a barra do vestido e começando a descer aos poucos a escadinha enquanto ouve Mad World.
E aí a noite vai passando e você percebe que queria estar conferindo a maquiagem da Lilian, segurando a cortina pra ninguém ver a gente na entrada, combinando com a Cínthia possíveis saídas para possíveis problemas na próxima cena, puxando o urso, batendo com o urso, pisando o urso, jogando o urso, correndo pelas coxias e pelo camarim pra dar a volta no teatro absurdamente rápido para voltar pro palco ao som de Young Folks, fazendo "shhhhhhhh!" no camarim, segurando a vontade de fazer xixi, separando as roupas do Rafa, fazendo a trança na Dani, correndo pra encher o balde, gritando ensandecidamente que a Maria Tereza não é sua querida e agradecendo e reconhecendo pessoas e se surpreendendo pq Fulano ou Beltrana está ali e refazendo a trança e voltando no mesmo processo anterior pela segunda vez na noite e....
E aí você pára e percebe que você gostaria mesmo que acontecesse algo como em Feitiço do Tempo, mas não fosse o Dia da Marmota. Fosse - TODO DIA - dia 06 de julho. Fosse - TODO DIA - dia de No Natal a gente vem te buscar.
E aí você percebe que você disse centenas de vezes nos últimos meses "Quem precisa do Natal?" e que VOCÊ PRECISA do Natal.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Tell me why, oh why, oh why cant my dream come true

Were lost in a cloud
With too much rain
Were trapped in a world
Thats troubled with pain
But as long as a man
Has the strength to dream
He can redeem his soul and fly

And while I can think, while I can talk
While I can stand, while I can walk
While I can dream, please let my dream
Come true, right now
Let it come true right now

Por favor, por favor, por favor... Seja amanhã logo!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

When people run in circles its a very very mad world

Eu acho que, no final, o que eu mais gostei foi de ter participado da seleção da trilha sonora. E, talvez, eu coloque aspas no “participado”. Pq foi a participação – com aspas ou não – que me fez mudar de idéia, que me fez gostar da peça. Ok, a história é cafona e piegas, existem falas que me dão até vergonha de tão péssimas, a estrutura não é das melhores e, bom, i’m a monster. Mas colocar uma parte de mim nas músicas, fez com que a aproximação fosse inevitável.
Quando o iniciozinho de Mad World começar a tocar, às 19h de sexta – numa óbvia referência a Donnie Darko (que eu amo ensandecidamente), eu sei que vou esquecer as coisas não tão boas.
Quando a velha estiver abandonada ao som de Cripple and Starfish – e nada poderia ser mais triste nesse momento -, música que a Msla me fez amar, eu sei que vou esquecer as coisas não tão boas.
Quando o assobiozinho do início de Young Folks – música pela qual me apaixonei perdidamente nos últimos tempos - embalar a brincadeira das crianças, eu sei que vou esquecer as coisas não tão boas.
Quando o velho e a velha se olharem e a voz deliciosa de Fred Astaire der início a Cheek to cheek, eu sei que vou esquecer as coisas não tão boas.
Quando ao fundo do ritual se ouvir o enorme emaranhado de sons, pontuados por Sympathy for the Devil e Bat Macumba, eu sei que vou esquecer as coisas não tão boas.
Quando começar If I can dream e a dor de Elvis se misturar com a dor da Emília, que é também a minha dor, eu sei que vou esquecer as coisas não tão boas.
E, quando eu ouvir pela primeira vez a voz de Norah Jones dizendo “it’s only love, it’s only love...”, no início de Easy, eu sei que tudo mudará. E que só existirão as coisas boas. It’s only love...

E eu não acredito que ainda faltam 2 dias inteirinhos!

terça-feira, 1 de julho de 2008

Amy, Elvis, Zach e velhinhas japas

Eu acho que eu gosto da Amy Winehouse pq ela me parece sempre sentir muito o q está cantando... É como se ela não cantasse simplesmente, mas sofresse - e muito - com cada palavra que sai da boca dela. Eu tenho vontade de segurar na mão dela e dizer “Vai ficar tudo bem” quando ela canta Love is a losing game. Ela me faz pensar em Elvis, que também parecia sentir demais... Dá pra sentir a dor dele quando ele canta If I can dream. If I can dream que tem me feito sofrer tanto, by the way... E ambos me lembram Zach Braff em Garden State, na banheira, dizendo que doía demais, pq era a primeira vez que ele sentia na vida...

E eu adoro velhinhas japonesas de chapéu... Elas têm estilo!

segunda-feira, 30 de junho de 2008

I´m Emily, the strange...


Some things you have to do yourself

Assim como existem músicas que parecem ter sido feitas pra você e que te espantam e te fazem pensar “Oh, my! Como ele(a) sabia que era exatamente assim que eu me sentia?”, também existem personagens que parecem ter sido feitos baseados em você. Personagens que deveriam vir com um aviso de “Baseado em pessoas reais”.

Existem diversas personagens de filmes que me parecem baseadas em mim. Começando, claro, por Scarlet e seu “As God is my witness, as God is my witness they're not going to lick me. I'm going to live through this and when it's all over, I'll never be hungry again. No, nor any of my folk. If I have to lie, steal, cheat or kill. As God is my witness, I'll never be hungry again.” e tudo mais. E passando, é claro, por Clementine… Principalmente no seu surto de “I don't know! I DON'T KNOW! I'm lost! I'm scared! I feel like I'm disappearing! MY SKIN COMING OFF! I'M GETTING OLD! Nothing makes any sense to me! NOTHING MAKES ANY SENSE!”.


Ontem, fui surpreendida. Disseram que eu parecia a Grace. Gracie Hart? Ok, poderia ser. Adoro toda a coisa de “That would be... harsher punishment for parole violators, Stan.………………. And world peace!”. Mas não era. Era
Grace Margaret Mulligan. E eu não consigo parar de pensar nisso...

sexta-feira, 27 de junho de 2008

This is it, Joel. It's going to be gone soon.

Era uma vez uma menininha. Aliás, o próprio nome dela tinha esse significado: menina. Ela tinha olhos grandes castanho-esverdeados, cabelos enrolados e um queixo que parecia uma bundinha. Ela queria ser astronauta. Achava incrível a possibilidade de viajar pelo espaço, conhecer seres alienígenas e tudo mais.

Só que a menininha cresceu. Quando ela tinha pouco mais de uma década de vida, o “inha”se foi. A menina, que ainda tinha a bundinha no queixo e agora escondia os grandes olhos atrás de uns óculos rosa claro e disfarçava as ondas do cabelo com um corte mais curto, se encantou com Jurassic Park. Decidiu que era isso que ela queria fazer. Seria engenheira genética e recriaria os dinossauros.

Só que a menina cresceu. Uma década e meia e ela já era uma jovenzinha. Os óculos eram mais sóbrios, cinza. O cabelo, impossível de domesticar, vivia preso. O queixo continuava igual. Talvez com uma ou outra espinha. E lá estava ela, prestes a terminar os 11 longos anos de escola e tendo que decidir o que ela seria pro resto da sua vida. E ela achou que seria bióloga. Ou professora. Ou escritora, afinal, era o que ela fazia melhor.

Só que a jovenzinha cresceu. De novo, perdeu o “inha”. Virou jovem, virou bixete, virou universitária. O cabelo começou a ser alisado esporadicamente, pois viver com ele preso não era nada bacana. Os óculos? Iguais. O queixo? Também. E lá estava ela, prestes a se formar, a ser jornalista por diploma. Mas ela achou que não era esse o caminho. Ela achou que seria cineasta. Ou roteirista. Ou diretora. Ou crítica de cinema. Ou escritora, afinal, ainda era o que ela fazia melhor.

Só que a jovem cresceu. Virou uma adulta, apesar de todos os seus receios. Se formou, começou a trabalhar... enlou-cresceu, como dizem. O cabelo foi alisado, esticado, pintado, ficou castanho claro, ficou vermelho, ficou dourado, ficou preto, cresceu, cresceu muito, cresceu mais. Os olhos ora estavam atrás dos óculos, ora revelavam toda sua verdidão com o auxílio de lentes de contato (afinal, a miopia não iria desaparecer do nada). E ora ficavam vermelhos. Muitas vezes ficavam vermelhos. Ou por irritação da lente ou por irritação do mundo, que a levava aos prantos. O queixo? Era a única coisa imutável nela.

E foi aí que ela percebeu que ela não sabia o que queria ser pro resto da sua vida. O resto da sua vida já era, inclusive, bem menor do que era pra menininha, pra menina, pra jovenzinha, pra jovem... E ela não fazia a menor idéia do que queria. Achou que, talvez, nunca fosse nada. Ou fosse alguma coisa. Ou escritora, afinal, ainda era o que ela fazia melhor. Ou astronauta...

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Clementine Kruczynski

Joel: You look like a tangerine!
Clementine: Hmmm, Clementine the tangerine.
Joel: Juicy... 'n seedless.
Clementine: I like that.

eu tenho uma necessidade eterna de escrever. e, sim, i'm impulsive.