quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Feitiço



Eu que sou a bruxa?
Ou você é o feiticeiro?
Posso ter escolhido os ingredientes,
Mas você mexeu o caldeirão inteiro.

Há muito deixei de ser bruxa,
Já não vago pela madrugada.
E você, feiticeiro? Ainda voa?
Ou, como eu, pensa na pessoa amada?

Cansei de tanto feitiço, encanto, magia;
Toda essa alquimia pra te conquistar.
Mas só te aviso, tome muito cuidado:
Contra o feiticeiro, o feitiço pode virar!

terça-feira, 29 de outubro de 2013

sdds twitter 03



emoticon mais usado do dia: (drama\) . tô melodrama puro.
5:51 PM Aug 13th from twitgether

"Tinha esquecido como você dialoga como se estivesse num filme de Quentin Tarantino"
5:37 PM Aug 6th from web

"Acho que você é a única pessoa que faz parecer possível uns diálogos insanos daqueles, na vida real." (ohmygod!)
5:38 PM Aug 6th from web

da série "verbos de difícil conjugação": CATIVAR.
9:21 PM Aug 5th from twitgether

You don't tell me things, Joel. I'm an open book. I tell you everything, every damn, embarrassing thing.
12:41 PM Aug 5th from twitgether

"eu tô numa onda macha nas últimas semanas. tô no meu ano chuck norris, eu acho."
2:39 PM Aug 4th from twitgether

lição de lógica no karaokê: "gordinhas cantam bem"; "eu não canto"; "vc não é gordinha".
3:55 PM Aug 3rd from twitgether

"Afinal, cada um de nós tem origem no desejo, e todos nós temos fim na morte." (Adoro o Sandman...)
5:28 PM Jul 31st from twitgether

Brhadaranyakopanishadvivekachudamani batiza filho com mesmo nome. PQ, MEU DEUS, PQ????
10:47 AM Jul 31st from twitgether

normal sonhar com o fhc, sendo que já sonhei com o vargas, acho... tenho uma tendência a sonhar com ex-presidentes.
9:57 AM Jul 31st from twitgether

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

a professora de teatro 7



- que que é aula aqui?
- de teatro... sabe?
- que que é teatro? que nem fazer peça, com historinha?
- isso mesmo!
- e se eu não tiver fantasia? posso fazer?
- pode! e eu também tenho várias fantasias naquele baú!
- nossa! que demais!

(e, com olhos arregalados, o menininho de no máximo 7 anos foi embora e me deixou pensando que a resposta certa seria "a fantasia de vestir não é necessária; mas a outra fantasia, se não tiver... aí complica...")

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Eu li num livro 37


Livro: Sete Faces da Aventura - conto "Eu, um pioneiro"

Autor: Ricardo Gouveia

Dose de sabedoria:

* Aquela imagem ali à frente, tão próxima, provocou em mim estranhas sensações. Fiquei como que paralisado, sem saber o que estava fazendo ali, e senti uma pressão muito grande dentro de mim sem nenhuma razão aparente: talvez dor seja isso.

sábado, 19 de outubro de 2013

Portas semi-abertas



Uma enorme quantidade de fugas e rebeliões em inúmeros presídios por todo o país tem assustado a população e tornado cada vez mais presente a possibilidade da instituição das penas alternativas.

Atualmente, o quadro carcerário do Brasil tem se mostrado caótico, desastroso. Os presídios, que deveriam recuperar os presos, estão se transformando em simples depósitos de seres humanos que preparam pequenos criminosos para cometer crimes muito maiores. E a superlotação, apoiada em uma infra-estrutura extremamente precária, acaba gerando mais violência, promiscuidade e tráfico de drogas mais intenso. E tudo com um alto custo de manutenção.

As penas alternativas, entre elas, multas, prestações de serviços e restrição parcial de direitos, poderiam retirar dessas eternas universidades do banditismo, criminosos menores que se privam de uma vida digna por terem cometido crimes, muitas vezes, banais. E, dessa maneira, já resolveriam uma parte dos grandes problemas da prisão: todos os evidenciados pela superlotação.

Os 45.000 condenados, segundo as pesquisas realizadas, que já poderiam estar trabalhando  e reconstruindo suas vidas, custam ao Estado 18 milhões de reais por mês. Com esse dinheiro, poderiam estar sendo construídas 1700 casas populares todo mês. No Japão e na Alemanha, 90% das prisões judiciais culminam em regime semi-aberto, mostrando que existem alternativas para o obsoleto sistema carcerário brasileiro.

É inútil para a sociedade agravar o quadro da miséria no país. Problemas sociais e má distribuição de renda já bastam para destruir as classes mais baixas. É desnecessário que o medo espalhado pela onda de criminalidade acelere essa destruição.

(3º colegial, tema - penas alternativas, redação nota 8)

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Vendetta



Foi tudo muito rápido. O velho Haroldo (com H mesmo), professor de matemática da escola desdeque minha mãe estudava lá, acabou de explicar a matéria e sentou-se para corrigir as provas. E, quando o sinal tocou, não conseguiu levantar. Estava colado na cadeira!

Ao lembrar da cena, no recreio, ríamos muito... Quando o Milton lembrou:

- Se não contarmos que foi a gente, todo mundo vai levar suspensão.
- Corta essa, Milton, você sabe que a "generala" só ameaça.
- Camila, tudo bem que você é burra, mas entenda: dessa vez, foi pra valer. Nós colamos o velho na cadeira!
- Mateus, não exagera! Ele saiu, não saiu?
- Saiu, Larissa, mas a calça ficou.
- Vamos entrar que a aula é de química e vocês sabem como a Valdete é chata.

***

À tarde, a tontinha da Camila me ligou:

- Tô com medo, La!
- Cá, eu tô ferrada se tomar suspensão.
- Já pensou se formos presas? Que horror!
- Camila, somos menores. E não matamos ninguém!
- Meu cabelo ia ficar horrível na cadeia.
- Ai, Camila, não acredito que ouvi isso.
- É verdade! Sabe-se lá que tipo de shampoo eles usam lá!

***

No dia seguinte, estava decidida: ia me entregar!

- Quer dizer que foi você, Larissa?
- Sim, senhora.
- E não está arrependida?
- Não sei...
- Como não sabe?
- O ve... Quer dizer, o Haroldo é muito chato com a gente, ele não nos deixa em paz.
- Se vocês tivessem vindo conversar comigo, poderíamos ter resolvido o problema. Pra que ser rebelde?
- Fiz besteira, né?
- Fez! Mas foi uma besteira criativa. Foi muito engraçado! E eu garanto que agora o "velho", como vocês dizem, vai ser mais bonzinho.
- Tomara!

Eu e a diretora ríamos muito quando bateram na porta.

- Pois bem, jovens, o que desejam?
- É que a Larissa não tá sozinha nessa.
- Você também, Milton?
- E eu, tia!
- Camila... De você já se esperava isso.
- Não entendi!
- Jegue! Eu também tava nessa...
- Mateus. Acabou a turminha?
- É só a gente.
- Pois bem. 3 dias de suspensão para os quatro.

***

- 3 dias sem fazer nada... Que tal alugarmos um filme?
- Que nada, Milton. Vamos pra praia!
- Praia, Mateus? Eu vou descascar! Vamos fazer compras. Tem uma liquidação excelente na...
- Cala a boca, Camila!
- Que tal se a gente... bem... aproveitasse e estudasse... matemática? Não me batam, por favor!
- Grande Larissa!
- Que tal na minha casa?

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Anana - parte 01



A menina abriu os olhos. Viu sua tribo ao redor dela. Todos ornamentados. Odiava aquele ritual. Odiava todos os rituais, na verdade. Reencarnação da Deusa? Quem disse que ela era isso? Que direito eles tinham de acabar com sua vida para obrigá-la a serví-los? Odiava, com todas as suas forças. E lá estava ela, acabando de voltar de outro transe...

De verdade? Ela não fazia ideia do que acontecia nos tais rituais. Sabia que ela ficava dias tendo que comer frutas e fazer mentalizações. No dia, tomava um banho especial, com ervas... e um cheiro horrível que não saía da pele por semanas. Limpa, colocava o traje especial, as jóias, e era levada pro altar no centro da roda. Nesse momento, começavam os cânticos. E ela dormia. E acordava. 

O que todos diziam depois é que, no tempo em que ela achava que estava dormindo, a Deusa se utilizava de seu corpo para se manifestar, fazer profecias e atender pedidos. E tudo que ela conseguia pensar era, se a Deusa atendia pedidos, porque não atendia o dela? Ela só queria ter uma vida normal, não ser isolada do contato humano. Tinha 14 anos e passara a vida toda presa em sua tenda, vigiada por dois seguranças truculentos. Só podia ver os pais e seu professor, o homem mais sábio da tribo, que ia até lá para lhe ensinar os caminhos da Deusa.

Nas festas que seguiam o ritual, era obrigada a ficar parada no altar, sem falar com ninguém Mas estavam todos tão animados... Não perceberiam se ela saísse. E, quando ela viu o menino alto que a encarava, não resistiu a ir ao seu encontro.

- Oi!
- Você não pode sair de lá!
- Hmmm... Tudo bem! Qual é o seu nome?
- Eu... eu... não posso falar com você.
- Ninguém vai saber... deixa de ser medroso! Eu só queria ser sua amiga!
- Eu não posso ser amigo da Deusa...

De repente, o grito:

- ANANA!

A menina se encolheu...

- Pai?
- Você sabe que não pode sair do seu lugar.
- Eu só queria conversar...
- Não pode!
- Pai, eu quero ter amigos...
- Eu já disse que não pode.
- Mas, pai...
- Já chega! Pra tenda!
- Pai...
- Você quer que eu chame os seus seguranças?
- Tá bom. Eu vou...

E a menina andou com passos firmes. Com raiva. Ódio. E dizendo coisas que seus pais, sem pestanejar, chamariam de blasfêmias.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Seleção



É no pé do povo
É na ginga e na raça
É a procura do sucesso
É em busca da taça

E a plateia aplaude,
Participa do show.
E o time dribla, chuta,
Faz mais um gol.

Cada passe certo
É motivo de euforia,
Cada título conquistado
É uma grande alegria.

E nossos craques não se cansam
Fazem um, fazem dois, fazem mil
Afinal, esse é o reino do futebol
É o nosso país, o Brasil!

E é na ponta do pé
E na batida do coração
Que é bi, é tri, é tetra,
É, acima de tudo, campeão!

(aí eu tinha 14 anos e assinava Placar. oi?)