quinta-feira, 28 de abril de 2011

over the rainbow

Ela tinha uma cor em cada parte de si. O sapato, a saia, a blusa, o esmalte, a sombra, o batom, o cabelo, os olhos. Cada um de uma cor. Não ficava kitsch, como deveria. Combinava com ela.

Ele perguntou qual era sua cor preferida e ela sorriu ao dizer "Lilás". Se bem que, pensava, ela também gostava do roxo. E do rosa. E do preto. E do verde. E do laranja. Só não gostava do marrom. Diziam que o lilás simbolizava evolução espiritual, transformação, que era uma cor que purificava, equilibrava. Ela gostava disso. Por isso, também, pesquisava sobre significado das cores. E, assim, descobriu que o marrom é sempre associado ao feio e ao sujo. Óbvio que ela não gostasse dele. E também descobriu um monte de outras coisas. Como que pessoas que gostam de cinza não costumam ter sentimentos. Ou carregam uma grande dor escondida. Mas, também, cinza era uma cor tão sem graça... quem escolheria o cinza como cor preferida? Só podia ser alguém sem sentimentos...

E ela perguntou:

- Qual é a sua cor preferida?
- Ah... cinza. - ele respondeu.

Cinza. Óbvio.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

really do come true

- você vai dar aula pra gente?
- não, meninas.
- ah, pq?
- pq vocês já têm aula hoje.
- e sexta?
- não, sexta é educação física.
- ah, a gente queria que fosse teatro...
- mas não é...
- não tem como mudar, não? pra sempre?
- não (risos), só quando o professor faltar.
- tomara que ele falte.

(...)

- tchau, tia!
- tchau!
- quando que vai ter sua aula de novo?
- não sei (risos)...
- ah, tem que ter toda semana.

(...)

- sexta você dá aula pra gente?
- não, gente. eu não sou professora. eu só substituí um professor que faltou.
- quando alguém faltar, você dá aula de novo, então?
- acho que sim...
- vamos falar pro professor de amanhã faltar. vem!
(muitos risos)

* pq algo mágico acontece quando você descobre que consegue despertar em outras pessoas a mesma paixão que despertaram em você...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

sem mais

“As coisas mais importantes são as mais difíceis de expressar, pois as palavras as diminuem. É difícil fazer estranhos se importarem com as coisas boas de sua vida.”
(Stephen King, no conto O Corpo, de Quatro Estações)