terça-feira, 20 de julho de 2010

Dream a little dream

No twitter, abro o link. Desenhos e Trapalhões.
- Eu vi o link que você colocou no twitter.
Silêncio.
Carinho.
- E os Trapalhões? Meu, aquelas piadas... Imagina se hoje eles teriam liberdade praquilo.
Estica a mão, sem virar, sem me olhar. Papéis. Pego e saio.
Sento em uma mesa de jardim. Em um lugar com muitas árvores.
Senta ao lado.
No primeiro papel, coelhos.
- Ah, foi desse que você tirou a ideia, né?
Sem resposta.
Chega um desconhecido. Uma menina esquisita de luvas. Outros desconhecidos.
Conversas. Das quais eu não participo.
Saio. Sem dar tchau.
Ligo, mas não atende.
Entro no mercado, com um pacote de leite na mão. Aberto. Meu. E pago por ele, de novo. Sei que não deveria pagar, mas não tenho controle sobre isso.
Chego no shopping. Com a caixa de leite aberta.
Encontro conhecidos.
Ela diz:
- Ah, não vou poder ver a peça hoje. Tenho um encontrinho.
Ele aparece.
- Você vai perder a peça do Maykol. Não acredito!
Eles trocam um olhar cúmplice.
- Ah, aquela hora, eu precisei sair pra vir pra cá.
Sem resposta.
Sorvete.
- Esse azul é aquele que tem gosto de algodão-doce?
- É.
Pego. Outras coisas também.
- Não tem de menta?
- Já tem o azul, tá bom de esquisito por hoje.
E me entrega o papel com o preço.
Fila pra pagar. Fico atrás dele.
- Peguei o azul.
Sem resposta.
Os desconhecidos voltam, a conversa volta.
E eu fico ali: sozinha, ignorada.

Um comentário:

KImdaMagna disse...

interesante a androgenia dos sujeitos na história. existem línguas que não usam o artigo seja masculino ou feminino. Mas que vida a nossa seria, sem as queridos tormentos, angústias...