segunda-feira, 13 de maio de 2013

Sobre distâncias e oceanos


Às vezes há um oceano entre você e uma pessoa. Literalmente. E ele provoca uma distância incontornável. Que é ruim, de alguma forma. Existe internet e tudo mais, que podem amenizar. Tornar mais suave. Mas o oceano existe, fisicamente, impossibilitando olhares e abraços.

Às vezes você descobre que há um oceano entre você e uma pessoa que está ao seu lado. E essa é a pior distância, a distância de quem tá do seu lado. Essa distância não pode ser amenizada por recurso algum. Nem internet. E essa distância veta olhares e abraços. Essa distância faz com que nada seja como era antes.

Às vezes você descobre - e isso dói mais que o oceano real e o oceano imaginário até - que esse oceano não existe de verdade, foi criado por você. Foi você que foi sendo uma pessoa péssima e colocando gota a gota aquele oceano ali. Ou pior - fazendo com que o outro, de conta-gotas na mão, as colocasse. Foi você que foi ficando cego pro que o outro fazia - uma gota. Foi você que foi reclamando do que não devia - uma gota. Foi você que foi cobrando o que não podia - uma gota. Foi você que foi se descontrolando - uma gota. Foi você que foi deixando o afeto vazar de forma errada - uma gota. Foi você que não soube expressar afeto e gratidão - uma gota. Foi você que foi transformando medo e saudade em gotas e mais gotas. E ser uma pessoa péssima com uma pessoa maravilhosa criou um oceano.

Um oceano em que você não sabe navegar. Um oceano que você não sabe se deve aceitar apenas ou enfrentar. Um oceano que cabe ao outro drenar e independente das suas vontades. Um oceano que está te afogando... E acaba vazando por você mesmo. É a água salgada desse oceano que sai por seus olhos... Como se você tentasse chorar o oceano pra que ele não exista mais...

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