Livro: O Jogo do Anjo
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Doses de sabedoria:
* Ainda não posso morrer, doutor. Ainda não. Tenho coisas a fazer. Depois terei a vida inteira para morrer.
* Tudo é um conto, Martín. O que cremos, o que conhecemos, o que recordamos e até o que sonhamos. Tudo é um conto, uma narração, uma sequência de acontecimentos e personagens que comunicam um conteúdo emocional. Um ato de fé é uma aceitação, aceitação de uma história que nos foi contada. Só aceitamos como verdadeiro aquilo que pode ser narrado.
* - Sabe o que é bom nos corações partidos? - perguntou a bibliotecária. Neguei.
- É que só podem se partir de verdade uma vez. O resto são apenas arranhões.
* Por que será que quando menos se tem a dizer, mais pomposa e pedante é a forma que se escolhe?
* Não sou devoto de santo algum, amigo Martín, e menos ainda dos que se autocanonizam ou, no máximo, se entrecanonizam. A teoria é a prática dos impotentes.
* Pedro sempre diz que a única maneira de conhecer realmente um escritor é através do rastro de tinta que ele vai deixando: a pessoa que a gente pensa que vê nada mais é que um personagem oco, e a verdade se esconde sempre na ficção.
* Lembrei que o velho livreiro sempre tinha dito que os livros tinham alma, a alma de quem o tinha escrito e de quem o tinha lido e sonhado com eles.