sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Heart

E, então, ele enferrujou.

Tinham caminhado bem, até então. Bastante. Estavam chegando perto da Cidade de Esmeraldas, ao fim daquela jornada.

Só que ele era de lata e latas enferrujam, é uma coisa que pode acontecer.

De repente, lá estava ele. Parado. Travado. Estático. Sem fazer um único movimento.

E Dorothy pensou que poderia ela, sozinha, correr até o Mágico, pedir o coração para ele e voltar. Ela já nem queria mais voltar para o Kansas. Era uma questão de prioridades. E ela queria que ele tivesse um coração. Só isso.
Pensou em correr, em botar a ideia em prática. Mas Dorothy estava cansada demais para isso. Dorothy não tinha forças para correr por essa causa, uma causa perdida.

Então, pensou em somente desejar, com fervor, como em uma prece. Uma prece direcionada ao onipotente Mágico de Oz. Uma oração. Uma oração para lhe dar um coração...

Só que ela estava, mais uma vez, cansada demais. Decepcionada demais. Machucada demais. E ela não queria se empenhar tanto em lhe dar um coração - só pq é tão bom ter um... - se ela corria o risco dele, depois, tendo um coração, entregá-lo a outra pessoa.

Então, Dorothy sentou-se na beirada da estrada de tijolos amarelos, abraçou os joelhos, direcionou seu pensamento ao grande mágico e orou. Com fervor, fez seu pedido: que tivesse coragem de abandonar aquele monte de lata estático ali e seguir a jornada, sozinha.


(update: Dorothy está feliz e saltitante em sua estrada.)

2 comentários:

Karina Zichelle disse...

preciso dessa coragem!!

Blower's Daughter disse...

Preciso dessa coragem também!