sábado, 21 de agosto de 2010

Diário da Emília - 10/02

Minha redação foi a melhor da sala e eu li ela na frente de todo mundo. Algumas pessoas invejosas implicaram comigo e falaram que eu era CDF. Eu perguntei o que era isso e o pai disse que era uma besteira muito grande e que eu não deveria saber. Eu vou perguntar depois pro Aldo, meninos sempre sabem besteiras muito grandes. A redação era pra ser sobre a vida de alguém que a gente admirava. A Ruth também tirou 10 e ela fez sobre uma dessas atrizes que ela gosta, americana. Eu não achei justo. Minha mãe disse que era pra eu fazer de alguém bom e que tivesse se preocupado com a Humanidade. Aí eu perguntei pro Padre João qual era um santo muito bom, que eu pudesse escrever sobre a vida dele. Ele disse que eu era uma boa menina e falou "Você deveria escrever sobre a Santa Emília, ué?". Eu nem sabia que ela existia! Tomara que não seja pecado não saber sobre uma santa que tem o mesmo nome que eu. Aí eu pesquisei e descobri que ela era francesa e foi criada pela vó e o nome todo dela era enorme. Vou copiar: Marie Gillenette Emilie de Rodat. Ela nasceu em 1787. Acho que nem a mãe era nascida nessa época. Nem a bisavó Emília, talvez. A Santa Emília era professora antes de ser santa e ela era muito inteligente e estudiosa. Ela também cuidou de crianças pobres com o dinheiro da família dela e fundou uma escola. Aí ela foi fazendo um monte de escolas e instituições e, no final, fez 38. Cuidou de mulheres, de órfãos, de prisioneiros, de idosos. Ela mesma cuidava dos doentes e eles eram curados com a benção dela. Depois que ela morreu, as pessoas iam visitar o túmulo dela e aconteciam milagres. Aí ela virou santa. A Ruth disse que a redação dela era mais legal que a minha. Ela é muito burra. Quando eu crescer, eu acho que quero ser professora. E santa. Eu vou cuidar dos pobres, dos velhos, de todo mundo. E dos meus filhos também, é claro. Eu sou muito bondosa.

Emília

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