sábado, 5 de junho de 2010

Eu nunca perdi um braço

"A saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi..."

Eu nunca perdi um braço. Daria os dois braços - e as duas pernas de quebra - pra não perder o que perdi. Perdi um pedaço enorme de mim. Vou ter que continuar pelo resto da vida incompleta. Mas a saudade dói assim mesmo... latejada. E é um troço horrorível de ruim... É a mesma coisa do braço... Quando vc perde e fica olhando o cotoco e lembrando de como era bom qdo ele tava ali... Que besta que vc era, né? Sempre teve braço, se acostumou com ele e nem percebeu o quanto ele é importante e poderia fazer falta. Simplesmente pq ninguém nunca imagina que possa ter que sentir falta do braço um dia. Só por isso... É um daqueles dogmas eternos: braços sempre te acompanham. Adivinha? Mentira. Vc pode, sim, perder um braço. Mas o cotoco fica... O cotoco é bom, pq vai te lembrar de tudo de bom e lindo que vc fez com o braço. Mas é ruim, pq é olhando pra ele que vc vai morrer de saudades... latejando continua e eternamente. Fotos suas com o braço tb vão causar reações extremistas idênticas. Blusas idem. Colocar um braço só nelas vai ser um martírio pra sempre... E é estranho pq vc acha sempre que o braço ainda está lá... Vc fala nele, sente ele, vê ele... Implantes não resolvem o problema: seu braço foi único e incomparável!! Sei lá... Nunca perdi meu braço. Mas perdi algo infinitas vezes melhor e mais importante... E eu queria de volta...

(só pq eu lembrei desse texto hoje...)

2 comentários:

Blower's Daughter disse...

Querida, este texto fez meus olhos lacrimejarem... dói... e só resta sentir as fisgadas, lembrar e sentir mais dor... Saudade é irremediável... =/ Queria poder escrever algo alegre, mas não seria verdadeiro, saudade dói, pungente, lancinante, latejante. Ponto. Eufemizar a saudade seria ingenuidade, então é assim, que ela doa bem dolorida!

Bjokas, querida!
Te adorooo!!!

Frafrafra disse...

A única coisa que vem a minha cabeça é dizer: "idem". Idem para o comentário, idem para o post.
Me sinto no meio da cirurgia de amputação. Estou perdendo me amor, não-amor. E não sei quanto tempo vou aguentar.

Bjos