sexta-feira, 25 de junho de 2010

De Budas e Sacis

- aonde é?
- longe... vila mariana.
- onde buda perdeu as botas. ai, eu falei buda.
- oi?
- buda?
- buda andava descalço.
- pra você ver como é longe... lá ele ainda tinha bota.
(...)
- eu vou anotar essa de buda.
- é muito difícil pra lembrar?
- é...eu esqueço.
(escreve: onde buda perdeu a bota)
- ele perdeu uma bota só ainda. coitado. ficou manco.
- ele só usava uma bota.
- oi?
- buda e saci são a mesma pessoa.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Hey, June

No doubt about it, June is showing signs of becoming a very big month for most people. On June 26 we have a major full moon lunar eclipse in Capricorn, and this one will be a strong one.

Jupiter in your twelfth house will examine your closest association and friendships as well as your present obligations and responsibilities. If some people or elements of your life are no longer providing opportunities for growth, creativity and happiness, those will drop away.

The proximity of these two - Jupiter and Uranus in Aries - bodes so well for your career! Your tenth house of fame and honors is ruled by Uranus - watch your career take off like a rocket in early June!

With Venus standing in your communication house, you will find all the right words, and they will be a soft and soothing voice of reason within an atmosphere with nothing but a jarring cacophony of tense voices. Take the high road, no matter what comes up, and be the grown up when faced with childish responses. I feel you are on the side of the angels, dear Taurus, so no matter how long it takes, it appears you may wind up with a result that pleases you very much.

This will be an interesting month, somewhat different than you might expect. If some of what happens is not familiar, it is because planets are moving radically into new positions and bringing news and events that are completely different from what you're used to dealing with.

The past few months seem to have been quite social for you, and in some ways, this trend will continue. The emphasis is switching away from your being with groups of friends toward a more romantic one-on-one experience with one special person. Mars will now visit the most romantic part of your chart, and will create sweet moments of levity and fun for two months, between June 7 and July 29. You have quite a summer in store! You've not had sexy Mars' help in two years, so you should notice and enjoy the difference.

Meanwhile, Jupiter and Uranus have moved to the most strategic part of your chart - your twelfth house - so you may be ending one way of life and beginning the stages of a new one. This is only the fledgling inception of a very lengthy process that will begin now and continue until September 9, and then be in full force again in early 2011. You are letting go of what is no longer viable, so have no fear. You are now making way for the new. This will all be preparation for your golden epoch to begin, June 2011.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Carta aberta

Caro escritor português preferido,

Sei que deveria, neste momento, escrever estar carta para lhe agradecer. Você - eu sei que posso chamá-lo de você, pois a familiaridade com sua obra nos tornou próximos; não consigo imaginar chamá-lo de "o senhor" - nunca teve ciência da minha existência. Moro aqui, em terras tupiniquins, na colônia. Nunca tive a oportunidade de fazer o que sempre tive vontade de fazer: comprar uma passagem, fazer as malas, bater na porta da sua casa e dizer uma única palavra. "Obrigada". Suas palavras me transformaram. Suas palavras me abriram os olhos. Me livraram da cegueira, me trouxeram a lucidez. Eu sou uma obra viva, sou um ensaio ambulante sobre a cegueira e a lucidez. Suas palavras fizeram com que eu crescesse, com que eu enlouquecesse - a loucura necessária para se ser são - com que eu fosse uma pessoa melhor. E, por todos esses motivos, eu teria a obrigação de te escrever. Mas, no instante em que sei que suas mãos não mais libertarão os pensamentos de sua mente, transformando-os na mais pura, singela e bela literatura, só consigo pensar em algo. Em te pedir perdão.

Perdão por nunca ter conseguido te contar o quanto você foi importante pra mim. O quanto, sem você, eu seria pior. Talvez um pouquinho só; talvez muito. E perdão, principalmente, por ter demorado tanto para te "absorver". Perdão pela repulsa instantânea que senti. Tão cruel fazer com que uma criança de 14 anos leia "O Memorial do Convento", como uma obrigação, como parte do caminho que te conduzirá ao padrão esperado de vida adulta: ao sucesso no vestibular, à graduação em uma boa universidade, ao dinheiro, casamento e filhos. Esse nunca foi meu padrão de realização. Eu jamais acreditei que o vestibular poderia ter qualquer ligação com a felicidade. Com a minha felicidade. E, por isso, era impossível acreditar que algo de que eu precisava para passar no vestibular fosse algo bom. Preconceito, sim. Até mesmo para uma menina que cresceu em meio a livros - e muitos livros - é perdoável. A imaturidade nos cega. Cegueira. E, então, eu me vi soterrada naqueles parágrafos gigantes, naquela pontuação tão diferente da que a gramática me ensinava, naquela ausência de maiúsculas. E decidi que aquilo não me agradava. E, por isso, peço desculpas.

A lucidez veio muitos anos depois. E veio através daquele ensaio. Do sobre a cegueira. Veio com a quebra de um preconceito, de uma barreira, de um muro que me separava do prazer que é saborear suas palavras, na forma exata em que são concebidas. "Ensaio sobre a Cegueira" me fez decidir que eu gostava de você. "Ensaio sobre a Lucidez" me fez admitir que eu o idolatrava. "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" me fez confessar que eu queria muito, do fundo do meu coração piegas, que você fosse meu avô. Pela diferença de idade, mas também porque existem certos prazeres que a gente só desfruta na companhia de avôs. Entre eles, o de acreditar em histórias e em estórias. E eu só acreditei, com fé tão fervorosa, na estória da lagartixa que queria virar jacaré - contada pelo vô Beto -, na história da vida do meu vô Lerni e nas suas histórias, meu vô escolhido, meu vô José. E, acredite, mesmo sabendo que a morte não existe, mesmo acreditando que longe é um lugar que não existe, eu senti sua "morte". Como senti a dos meus outros avôs.

Com você eu aprendi a abolir a importância superficial das maiúsculas. Aprendi a igualar tudo. A atribuir valor, independente de algo tão pequeno quanto o tamanho de uma letra.

Com você eu aprendi que podem, sim, existir parágrafos gigantes. Quem determina o tamanho que um parágrafo pode ter? Quem determina o tamanho que qualquer coisa pode ter? Tudo é tão grande e tão ilimitado... Mas também aprendi que um parágrafo pode ser muito muito muito imensamente grande, mas sempre acaba com um ponto final. Sempre. Isso é inquestionável. Assim como todos os problemas na vida. Assim como um parágrafo de 87 anos.

Com você também aprendi que alguns corações - assim como algumas jangadas - são de pedra. Mas o meu - como o seu -, não. O meu é de carne e também sangra todos os dias. Alguns dias é uma gotinha ou duas de sangue só. E tem dias em que enfrento uma hemorragia. Mas é assim: ele sangra. Todos os dias. E, nos últimos dias, ele sangra por você...

Tally M.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Rasto Atrás


Pq a peça tá ótima. E pq eu super recomendo.

* Papai dizia que certas caças correm rasto atrás, confundindo suas pegadas, mudando de direção diversas vezes, até que o caçador fica completamente perdido, sem saber o rumo que elas tomaram. E muitas vezes, são tão espertas que ficam escondidas bem perto da gente, em lugares tão evidentes que não nos lembramos de procurar.

* Vicente: (Áspero) Que quer dizer?
Lavínia: (Exalta-se) Que vive obcecado, querendo provar alguma coisa a um pai que não vê nunca!

* Vicente: Preciso me comunicar... de uma maneira ou de outra! Mas, sinto que falta sentido em tudo! Será que estou no caminho errado, Lavínia? Vivemos numa sociedade em crise, de estruturas abaladas, valores negados, soluções salvadoras que não levaram a nada! Qual o caminho certo? Onde achar resposta? No presente? No passado? Será que fiquei apenas em lamentações sobre a decadência... sem ter saído dela?
Lavínia: Você está no caminho certo, Vicente! Se não vencer seus fantasmas, não terá paz.Sem conhecer o porquê da sua confusão, não pode encontrar o caminho certo... nem a si mesmo. Faça isto! Por mim.

* Há outros caminhos, outras matas onde um homem pode se perder!

sábado, 12 de junho de 2010

EM MAIO EU...

* comemorei meu aniversário no Espetinho, com pessoas muito queridas, videokê bombando, muitas músicas chiques com a mãe, Lua de Cristal com a Camis, Somewhere Over the Rainbow com a Carol e performances arraso com o Maykol para Quit Playing Games (With my Heart), Prometida, Ojos Así, Que se Chama Amor e Escrito nas Estrelas.
* comemorei meu aniversário com um almoço no Outback com a family e a Camis.
* ganhei uma nova dupla de assistência de direção em Rasto Atrás (e acabamos virando um trio).
* ganhei massinha que brilha e o livro mais lindo e enorme com a obra completa do Lewis Carroll (da Camis).
* ganhei uma bolsa roxa lindíssima, incensos e um livro ótimo da Dan e do Douglas.
* fiz chapinha em 10 minutos (bendita progressiva!).
* li 03 livros.
* tive uma entrevista de emprego bem no dia do meu aniversário.
* comi muuuuito no dia das mães.
* comi muito nos dias em que meu pai cozinheiro se jogou na cozinha da casa nova da Dan.
* comemorei meu desaniversário (e o do Maykol) num bar muito bacana.
* operei luz e som de Separação de Corpos na Semana de Artes da Universidade Federal de Ouro Preto; no teatro - em funcionamento - mais antigo da América Latina (e, pra isso, fui pra Ouro Preto sem gastar um centavo).

sábado, 5 de junho de 2010

Eu nunca perdi um braço

"A saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi..."

Eu nunca perdi um braço. Daria os dois braços - e as duas pernas de quebra - pra não perder o que perdi. Perdi um pedaço enorme de mim. Vou ter que continuar pelo resto da vida incompleta. Mas a saudade dói assim mesmo... latejada. E é um troço horrorível de ruim... É a mesma coisa do braço... Quando vc perde e fica olhando o cotoco e lembrando de como era bom qdo ele tava ali... Que besta que vc era, né? Sempre teve braço, se acostumou com ele e nem percebeu o quanto ele é importante e poderia fazer falta. Simplesmente pq ninguém nunca imagina que possa ter que sentir falta do braço um dia. Só por isso... É um daqueles dogmas eternos: braços sempre te acompanham. Adivinha? Mentira. Vc pode, sim, perder um braço. Mas o cotoco fica... O cotoco é bom, pq vai te lembrar de tudo de bom e lindo que vc fez com o braço. Mas é ruim, pq é olhando pra ele que vc vai morrer de saudades... latejando continua e eternamente. Fotos suas com o braço tb vão causar reações extremistas idênticas. Blusas idem. Colocar um braço só nelas vai ser um martírio pra sempre... E é estranho pq vc acha sempre que o braço ainda está lá... Vc fala nele, sente ele, vê ele... Implantes não resolvem o problema: seu braço foi único e incomparável!! Sei lá... Nunca perdi meu braço. Mas perdi algo infinitas vezes melhor e mais importante... E eu queria de volta...

(só pq eu lembrei desse texto hoje...)