Eu tenho certeza de que eu vou esquecer de alguém. Mas eu precisa deixar registrado. Pra lembrar. Pra recordar.
Uma pessoa que contra seus princípios gosta de mim, escreveu há pouco sobre as pessoas que conheceu em 2009 e fizeram esse ano ser tão importante. Ela - a criatura dos princípios - foi uma das que fizeram meu 2009 ser melhor.
Sempre bom conservar velhos amigos, mas igualmente bom conhecer novas pessoas tão especiais. E, claro, reconhecer. Retomar. Reviver.
A maioria dessas pessoas especiais saíram dos corredores do lugar que é quase minha segunda casa. Dos corredores e dos palcos, das cabines, das coxias, dos ensaios. Em 2007 e 2008 conheci tanta gente incrível lá! Não foi diferente em 2009.
Primeiro, teve a turma nova. Óbvio, eu não gostava deles. Mas hoje... Depois de um ano, de conversas, risadas, discussões, dificuldades (a.k.a. REAPRESENTA), karaokê, peças, cinema, Satyros, etc; não sei viver sem eles. Sem o Maykol, tão especial, tão querido; alguém pra se conversar sobre o Chacrinha, pra cantar KLB no karaokê, pra dançar NSync na balada, pra conversar e ter dúvida se não somos a mesma pessoa (rs³), pra me emprestar o figurino pra eu me proteger de frio e chuva (diz se ele não é o máximo?), pra comer espetinho e divagar sobre a vida. Sem toda a sabedoria do João, que sempre tinha as palavras certas pra todos os momentos e, às vezes, a ausência de palavras quando esse era o melhor caminho. Sem a molecagem encantadora da Lela (eu não consigo mais não chamá-la de Lela), os arroubos dela, as conversas pra tentar levar uma cena difícil, as muitas risadas, o prazer de contracenar com ela, com a cabeluda e pegajosa Carol; sem ouvir, no finalzinho do ano já, de alguém igualmente especial, que nós duas parecemos tanto de jeito. Sem a alegria constante do Gui, pra quem nada era um problema, sem seu consolo quando tudo parecia um inferno, sem suas piadas, sem sua espontaneidade e, principalmente, sem reinventar uma cena nas 2 últimas sessões e me divertir como nunca. Sem a genialidade da Tati, talento nato, delícia de se ver, aprendi tanto com ela (e talvez ela nem saiba disso), pessoa incrível pra se conversar, com um humor único; e uma força no palco avassaladora (ensaiei tanto pra enfrentá-la em cena e, na hora H, Zabé teve um medo fenomenal da delegada e abaixou a cabeça, rs). Sem o astral fabuloso da Nath e aquela risada perfeita que deixa qualquer um feliz ao ouvir, e as festas, bares, karaokês, companhia fantástica, garantia de diversão. Sem a fofura que é a Fabi, tão inteligente e tão querida, com o jeitinho que só ela tem; só há uma Fabi no mundo, com certeza.
E aí tiveram duas pessoas com quem aprendi tanto (e me diverti muito também). Duas mestras. Duas pessoas que me limitam o vocabulário a uma palavra: obrigada. Rê e Marcela. Incríveis. Que sorte eu tive!
Das assistências, veio primeiro a Carol. Ela ama O Mágico de Oz. Quando eu descobri isso, unido à receptividade e o carinho que sempre recebi dela, descobri uma pessoa pra sempre. Minha admiração e meu carinho por ela são eternos. Depois, toda a turma de Lisístrata. Impossível citar nomes pq todos, sem exceção, foram aos poucos me encantando. Até os que eram mais distantes, nos dias de peça, não teve jeito: estávamos todos muito juntos, todos com um único objetivo. Queridos. Demais.
Quando mudou o semestre, veio o povo novo. Todos bacanas, mas eu gosto é da Samaia (que nem chama mesmo Samaia), prontofalei. Tranquila, divertida... Como eu ria com ela! E como foi difícil me despedir dela (eu não imaginava que seria, juro).
E toda aquela turma querida de Vestido de Noiva? Tem aquela diva maravilhosa que é a Lelê, que tem uma energia tão boa... E me fez chorar TANTO na outra peça, rs. Tem o César, que eu conheci mesmo em Dom Casmurro; grande ator e uma pessoa ótima, garantia de boas conversas e de um comprometimento com o teatro exemplar. E tem o Gui! Eu juro que quando eu pedi pra ele tirar uma foto da nossa turma há milênios, eu não imaginava que ele seria um amigo tão importante no futuro. Algumas das minhas melhores conversas desse ano foram com ele. E eu nunca tive uma comunhão em cena tão maravilhosa quanto tive com aquele maldito Mané Gorila, rs. Uma comunhão que, eu espero, continuará.
De Dom Casmurro saiu também a Alê, a melhor pessoa pra se dividir uma cabine. E temos que agradecer por não dar pra ouvir nossas risadas da platéia, pq elas extrapolavam os limites. Sério.
Do Mackenzie, de anos e anos atrás, veio a Thaty. No Mack mesmo, falamos tão pouco. Mas o destino, um fofo, me deu o prazer de reencontrá-la. Uma segunda chance pra conhecer uma pessoa maravilhosa. Que se tornou uma grande amiga. A gente não conseguiu se encontrar muito esse ano, mas é sempre tão bom ver, de longe, o sorriso dela e saber que logo ele estará mais perto e a gente vai poder conversar muito sobre tudo. E é ótimo saber que existe mais alguém no mundo tão louca por livros quanto eu, rs.
E, pra fechar o ano, teve uma surpresinha. Alguém que foi muito especial, que eu cheguei a chamar de melhor amiga e que tinha sumido, supostamente, pra sempre da minha vida. Pra sempre sempre acaba. E, quando eu leio os e-mails dela - ainda poucos, rs -, eu me sinto tão feliz. Uma felicidade de perceber que a parte boa das pessoas não muda. Que elas continuam sendo especiais. E que a vida sempre dá mais chances de você (re)conhecer pessoas especiais.