sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Diário da Emília - 10/01

Da última vez eu falei da tia, irmã da mãe. Aí ontem ela mandou uma carta pra cá. A mãe disse que ela tava feliz e animada. E que ela tá quase tendo mais um filho. Ela já tem um, meu primo Sílvio. Mas os dois são filhos do moço que abandonou a tia. Meu pai disse que ele não presta e nunca prestou, que namorou um monte de moça e largou, que nem largou minha tia. A mãe queria passar um tempo com ela, levar um dinheiro e algumas coisas pra ajudar. Mas o pai disse que não pode, que ela escolheu o caminho dela e, se ela passa dificuldade agora, esse é o castigo de Deus por ela ter filho sem nem casar direito. Eu perguntei pra mãe o que era casar direito e ela disse que é na igreja, que a tia casou rápido e escondido de todo mundo e não foi na igreja. A mãe chorou, mas depois disse que o pai tava certo, que ela não podia compensar os erros da irmã dela. A gente só pode rezar pra ela ficar bem e perceber a besteira que ela fez, pra ser perdoada. Eu acho ruim a gente não poder ver a tia e nem nossos primos. Eu queria uma priminha, pra brincar comigo e ser minha amiga. A Tete também podia brincar com a gente. Mas o pai sabe de tudo e o que ele fala é certo. E eu, quando casar, vou casar direito na igreja. Vou fazer que nem a mãe e não que nem a tia.

Emília

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Sonho que se sonha só é só um sonho

E aí a gente estava no carro. Como eu não dirijo, ele dirigia. Lógica de sonho; na vida, ele também não dirige. Eu olhava pra trás e não via nada. Minha bolsa no banco quase vazio. E a gente conversava.
"Sei lá... Não tô dizendo que ele é má pessoa, não é. Mas você entende que ele me prejudica?"
"Entendo totalmente", ele abaixa o som.
Olho pra trás: a bolsa e os faróis de outros carros.
"Pq ele tem toda essa instabilidade... Ele muda do nada: sem razão, sem explicação. E não dá pra gente ter uma amizade saudável com gente assim..."
"Eu sei como é..."
"... por mais que eu goste dele.", olho pro vazio, mais uma vez.
Sorrio para o estranho confidente.
"Às vezes eu acho que eu deveria pensar como as pessoas dizem... que ele é um cretino, imaturo, irresponsável, egoísta, que foi amigo enquanto eu tinha coisas a oferecer..."
Risos. Olho pra trás. O cabelo diferente, uma camisa xadrez, os olhos já conhecidos, um rosto imberbe, cara de raiva e mágoa.
"Oi..."
"Oi."
"Ahn... Quer que aumente a música?"
"Não."
Ele me olha de olhos arregalados e volta a atenção pra estrada. Falo baixinho: "Ele estava aí desde quando?"
"Acho que ele ouviu toda a parte de cretino, imaturo e egoísta."
"Só isso?"
"É."
"E a parte de eu gostar muito dele?"
"Ele não tava antes."
"Droga. E como ele veio parar aqui?"
"Isso é o que menos importa..."
"Explico?"
"Não... Se ele quer entender errado, deixa ele entender errado."
Suspiro e fecho os olhos. Esgotada. De medir palavras e tentar prever significados que poderão ser atribuídos. Um peso de eras.
Abro os olhos. O motorista agora é uma motorista. Ela sorri e diz:
"Tô só esperando ele sair do banheiro."
"Hmmm... Mas ele já foi há uns 20 minutos."
"Deve estar cheio."
"É..."
Bebo água, abro e fecho um livro, ligo e desligo o som.
"E se ele não voltar?"
"Oi?"
"E se ele sumir?"
"Pessoas não somem do nada."
"Ele some."
"Oi?"
"Deixa pra lá..."
"Olha onde a gente tá! No meio do nada. Não tem como ele não voltar."
"Ele sempre arranja um jeito de sumir, até quando é altamente improvável."
"Do que você tá falando?"
"Da vida."
"Eu vou descer e ver se encontro..."
"Não precisa. Vamos embora..." e aponto o carro passando na nossa frente. Duas senhoras obesas de chapéu na frente, a mesma camisa xadrez atrás. Os mesmos olhos me encaram. Vazios.
"O que ele..."
"Vamos embora", repito. E abaixo os óculos escuros, tapando aquela maldita lágrima boba, que já devia esperar isso, mas ainda se surpreendia.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Em Janeiro eu...

* comecei o mês em Boiçucanga.
* passei uma semana em Niterói, passando calor e revendo a família.
* vi - e peguei - mais chuva do que em toda a minha vida.
* bebi muito Mineirinho.
* rearrumei meu quarto no sítio (e joguei MUITA coisa fora).
* comi peixe, siri, lula e marisco como não comia há tempos.
* vi Sherlock Holmes e amei
* finalmente vi um High School Musical e só tenho 2 palavras pra isso: vergonha alheia.
* voltei a ver BBB depois de não ter assistido a 9ª edição.
* descobri que O Sorriso de Monalisa não é o pior filme de todos os tempos (a saber, o título fica para Os Normais 2).
* finalmente vi Um Corpo que Cai e comprovei que o Hitch lá é um gênio.
* vi 2 versões de Hamlet (a com o Ethan Hawke e a com o Mel Gibson) e percebi que Hamlet só pode ser teatro.
* li 7 livros.
* encontrei o melhor livro sobre a vida de Cristo ever (O Cordeiro) e morri de rir com ele.
* conheci um dos melhores livros com vampiros de todos os tempos (Noturno).
* lembrei do aniversário da Lindner e ela nem acreditou.
* revi pessoas muito queridas.
* consegui 2 assistências de direção.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Diário da Emília - 04/01

Eu nem lembrei de contar de mim, da minha vida e da minha família. Minha mãe chama Maria e meu pai, Inácio. Quando eles se conheceram, eles perceberam que era a vontade de Deus que eles ficassem juntos. E aí, por respeitarem a vontade Dele, eles foram abençoados com 3 filhos: eu, a Tete e o Aldo. Mas eu já falei deles e, fora dizer que eles não são educados como eu, não tem mais nada de interessante pra falar dos meus irmãos. Mamãe diz que, quando ela ficou grávida de mim, ela sonhou que a vó dela, que já tinha morrido, dizia que ela ia ter uma menininha. Mamãe não acredita que os mortos podem falar com os vivos. E nem eu! Eu tenho é medo que os mortos apareçam, até se for a minha bisa. Mas, como mamãe achou o sonho bonito, decidiu me dar o mesmo nome da vó dela: Emília. Eu acho bom, porque aí eu posso ser que nem a bisa Emília. Todo mundo diz que ela era uma mulher muito boa e religiosa, que só fazia o bem e fez de tudo pra ajudar os outros enquanto viveu. E eu quero ser assim também. O Aldo e a Tete também têm nomes de avós dos meus pais, mas a mamãe nem sonhou com eles. Deve ser porque eu sou especial. O papai não tem irmãos e ele disse que a gente tem que agradecer por ter, pois ele sempre foi muito sozinho. E que a gente tinha que ser muito muito amigos sempre. Eu acho que ele tá certo e eu quero que sempre o Aldinho e a Tete sejam meus melhores amigos. Mesmo quando a gente for grande e cada um tiver sua família. Acho que a gente vai ser vizinhos e nossos filhos vão brincar juntos. Vai ser super legal! Falei isso pra mamãe e ela disse que ia ser ainda melhor se a gente morasse perto dela e do pai e eu gostei dessa ideia. Assim, o pai não se sente nunca mais sozinho. A mãe acho que não sentia isso, ela tem uma irmã. Mas ela fala pouco dela. A tia casou com um moço que ninguém gosta e foi morar em outra cidade. Aí o moço foi embora e ela ficou sozinha. Deve ser ruim ser sozinha...

Emília

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O povo de 2009

Eu tenho certeza de que eu vou esquecer de alguém. Mas eu precisa deixar registrado. Pra lembrar. Pra recordar.
Uma pessoa que contra seus princípios gosta de mim, escreveu há pouco sobre as pessoas que conheceu em 2009 e fizeram esse ano ser tão importante. Ela - a criatura dos princípios - foi uma das que fizeram meu 2009 ser melhor.
Sempre bom conservar velhos amigos, mas igualmente bom conhecer novas pessoas tão especiais. E, claro, reconhecer. Retomar. Reviver.
A maioria dessas pessoas especiais saíram dos corredores do lugar que é quase minha segunda casa. Dos corredores e dos palcos, das cabines, das coxias, dos ensaios. Em 2007 e 2008 conheci tanta gente incrível lá! Não foi diferente em 2009.
Primeiro, teve a turma nova. Óbvio, eu não gostava deles. Mas hoje... Depois de um ano, de conversas, risadas, discussões, dificuldades (a.k.a. REAPRESENTA), karaokê, peças, cinema, Satyros, etc; não sei viver sem eles. Sem o Maykol, tão especial, tão querido; alguém pra se conversar sobre o Chacrinha, pra cantar KLB no karaokê, pra dançar NSync na balada, pra conversar e ter dúvida se não somos a mesma pessoa (rs³), pra me emprestar o figurino pra eu me proteger de frio e chuva (diz se ele não é o máximo?), pra comer espetinho e divagar sobre a vida. Sem toda a sabedoria do João, que sempre tinha as palavras certas pra todos os momentos e, às vezes, a ausência de palavras quando esse era o melhor caminho. Sem a molecagem encantadora da Lela (eu não consigo mais não chamá-la de Lela), os arroubos dela, as conversas pra tentar levar uma cena difícil, as muitas risadas, o prazer de contracenar com ela, com a cabeluda e pegajosa Carol; sem ouvir, no finalzinho do ano já, de alguém igualmente especial, que nós duas parecemos tanto de jeito. Sem a alegria constante do Gui, pra quem nada era um problema, sem seu consolo quando tudo parecia um inferno, sem suas piadas, sem sua espontaneidade e, principalmente, sem reinventar uma cena nas 2 últimas sessões e me divertir como nunca. Sem a genialidade da Tati, talento nato, delícia de se ver, aprendi tanto com ela (e talvez ela nem saiba disso), pessoa incrível pra se conversar, com um humor único; e uma força no palco avassaladora (ensaiei tanto pra enfrentá-la em cena e, na hora H, Zabé teve um medo fenomenal da delegada e abaixou a cabeça, rs). Sem o astral fabuloso da Nath e aquela risada perfeita que deixa qualquer um feliz ao ouvir, e as festas, bares, karaokês, companhia fantástica, garantia de diversão. Sem a fofura que é a Fabi, tão inteligente e tão querida, com o jeitinho que só ela tem; só há uma Fabi no mundo, com certeza.
E aí tiveram duas pessoas com quem aprendi tanto (e me diverti muito também). Duas mestras. Duas pessoas que me limitam o vocabulário a uma palavra: obrigada. Rê e Marcela. Incríveis. Que sorte eu tive!
Das assistências, veio primeiro a Carol. Ela ama O Mágico de Oz. Quando eu descobri isso, unido à receptividade e o carinho que sempre recebi dela, descobri uma pessoa pra sempre. Minha admiração e meu carinho por ela são eternos. Depois, toda a turma de Lisístrata. Impossível citar nomes pq todos, sem exceção, foram aos poucos me encantando. Até os que eram mais distantes, nos dias de peça, não teve jeito: estávamos todos muito juntos, todos com um único objetivo. Queridos. Demais.
Quando mudou o semestre, veio o povo novo. Todos bacanas, mas eu gosto é da Samaia (que nem chama mesmo Samaia), prontofalei. Tranquila, divertida... Como eu ria com ela! E como foi difícil me despedir dela (eu não imaginava que seria, juro).
E toda aquela turma querida de Vestido de Noiva? Tem aquela diva maravilhosa que é a Lelê, que tem uma energia tão boa... E me fez chorar TANTO na outra peça, rs. Tem o César, que eu conheci mesmo em Dom Casmurro; grande ator e uma pessoa ótima, garantia de boas conversas e de um comprometimento com o teatro exemplar. E tem o Gui! Eu juro que quando eu pedi pra ele tirar uma foto da nossa turma há milênios, eu não imaginava que ele seria um amigo tão importante no futuro. Algumas das minhas melhores conversas desse ano foram com ele. E eu nunca tive uma comunhão em cena tão maravilhosa quanto tive com aquele maldito Mané Gorila, rs. Uma comunhão que, eu espero, continuará.
De Dom Casmurro saiu também a Alê, a melhor pessoa pra se dividir uma cabine. E temos que agradecer por não dar pra ouvir nossas risadas da platéia, pq elas extrapolavam os limites. Sério.
Do Mackenzie, de anos e anos atrás, veio a Thaty. No Mack mesmo, falamos tão pouco. Mas o destino, um fofo, me deu o prazer de reencontrá-la. Uma segunda chance pra conhecer uma pessoa maravilhosa. Que se tornou uma grande amiga. A gente não conseguiu se encontrar muito esse ano, mas é sempre tão bom ver, de longe, o sorriso dela e saber que logo ele estará mais perto e a gente vai poder conversar muito sobre tudo. E é ótimo saber que existe mais alguém no mundo tão louca por livros quanto eu, rs.
E, pra fechar o ano, teve uma surpresinha. Alguém que foi muito especial, que eu cheguei a chamar de melhor amiga e que tinha sumido, supostamente, pra sempre da minha vida. Pra sempre sempre acaba. E, quando eu leio os e-mails dela - ainda poucos, rs -, eu me sinto tão feliz. Uma felicidade de perceber que a parte boa das pessoas não muda. Que elas continuam sendo especiais. E que a vida sempre dá mais chances de você (re)conhecer pessoas especiais.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Júpiter, eu te amo!

The ninth house is where we feel a sense of adventure and delve into new areas in an enthusiastic way. It is the house where we study philosophy and/or religion. It is also where we meditate a bit about why we were set on this Earth and how we can direct our energies to best fulfill our destiny. You may find you enter a very thoughtful, reflective mode, where new thoughts begin to occur to you as quick flashes of insight that may later change your course. Whatever you decide to do, as a result of news or options that come up in the days or weeks that follow January 15, will work to benefit you - even if you aren't sure about that initially, when events begin to happen.

I do know this eclipse (15/01) will be quite favorable to you, as you will have five planets supporting you in Capricorn, so "the force" should be with you.

In terms of your career, you will do very well next month - it will be one of your key months of all of 2010 - but you will begin to create a buzz about your work from the day Venus, your ruler, enters your tenth house of fame and honors on January 18, continuing until February 10. You will be the golden one, the one that all the VIPs favor, and next month your reputation will grow.

The Taurus who seem a little frustrated at this full moon over this home matter are those born April 30, plus or minus five days. It won't be the end of it though, for Taurus of any birthday. When Mars awakes up and moves through Leo from March 10 to June 7, you will make far better home-related progress, the best so far. So don't let anything worry you at month's end - you'll soon get a second chance to set things right!

I have saved the best for last. Jupiter, the great benefactor, will move into Pisces for the first time since 1998-early 1999. In Pisces, Jupiter will be in a better position to help you, for Pisces is a water sign that blends beautifully with your earth sign element. Jupiter will fill your eleventh house of hopes and wishes, the place in the chart where we see the fulfillment of a desire that we have long held dear. It may be material or spiritual ("I want a house of my own," or "I want to find love," or "I want a baby.") Whatever that wish may be, you should take that dream seriously in 2010, for never have you been so close to seeing it realized.

You will also have extraordinary help from your friends in 2010. There is almost nothing you could ask your friends to do for you that they would not grant. Look to friends to provide you with your greatest personal growth in 2010. You not only will bond more closely with friends in the coming year, but you will make many important new ones, too. It behooves you to mix and mingle more in 2010, and to even consider joining clubs and online communities. Many of the new friends you make in coming months will be with you ten years or more from now. When it comes to career advancement, finding love, or any other goal you may have, look to your friends, for they hold the key to finding success.

Jupiter in Pisces will also help you materialize a wish that is dear to your heart in 2010. This could be one of your best years you've seen in the last ten.

Jupiter will move into Pisces this month on January 17, the most compassionate and most artistic of signs. It's a sign of hope and happiness, and next month, on the weekend of February 27-28, we will all enjoy the Luckiest Days of the Year. We didn't have a luckiest day of the year in 2009, so this is really something to get ready for - in your report, you will have clues about how best to use this. For sure, February will be the best month of the year, with lots of dazzling aspects to enjoy. You have a big year! Make it your breakout year!

* previsões para os taurinos, em janeiro.