segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A fase da poesia

Quando a gente tem entre 15 e 19 anos, sempre acha que é poeta. Ou que vai ser. Acha que é bonito ser poeta. Ou que é sofrido. Ou que é os dois.
Aí escreve em versos, rimando. E acha que tá arrasando!
Depois cresce. Poucos, muito poucos, viram poeta mesmo. Só aqueles que já nasceram poetas, que não "se descobriram" no momento teen da vida. A maioria percebe que maturidade e poesia podem ser incompatíveis.
Eu? Eu fiz lá minhas poesias também... Despertei a admiração dos amigos, na época. Morri de rir depois. Aí descobri as delícias da prosa, comecei a achar cafona rimar o tempo todo e me encontrei, no ato de escrever.
Da fase da poesia, sobraram 3 cadernos. E, algumas delas, eu ainda gosto. Pq são muito engraçadas, pq são sublimemente bobas ou pq ainda fazem sentido. Como essa:

Briga constante
Batalha avassaladora
Em que luto comigo mesma
E sempre saio perdedora

Nunca faço o que quero
Nem aplaco a minha vontade
Nunca me permito
Saciar esta necessidade

Disfarço meus desejos
Invento mil razões
Sem nem saber porque
Contrario minhas opiniões

Quanto mais perto estou
Mais eu me distancio
Por medo de possuir
Me entrego ao vazio

* é adequado manter os exageros vexaminosos e os erros de português.

Um comentário:

KImdaMagna disse...

.... quando me entrego...possuo, e possuir o vazio será a meta do poeta?

" A poesia vai sempre à frente da ciência".
Sem poema definharíamos mais depressa.

xaxuaxo