terça-feira, 22 de maio de 2012

Destino


Ninguém acredita ou não em destino, simplesmente. É muito mais complexo que isso! As pessoas costumam ter as duas opiniões confrontando-se dia após dia em suas mentes. Em uma única semana ouvi duas opiniões contraditórias de uma mesma pessoa. Começou com “acreditar em destino é cômodo demais; você não corre atrás se acha que tudo está escrito”. Dias depois, “mas se vocês se encontram sempre, é o destino!”. E... Eu já não sei de nada! Acredito no destino como a maior e mais importante força do Universo há um bom tempo. Mas não confio nele! A gente tem uma amizade extremamente complicada. Eu peço pra ele me ajudar, traçar um futuro legal pra mim. Ele é um cretino irônico que adora me confundir. Aí ele se arrepende e resolve me ajudar. E eu, vingativa e rancorosa, não aceito sua ajuda, xingo, grito, esperneio e resolvo fazer meu futuro com minhas próprias mãos. A gente fica um tempo sem se falar. E eu choro sozinha, sofrendo, sem dar o braço a torcer, sentindo falta de seu refinada ironia. Aí ele volta e a gente finge que nunca brigou e o ciclo se reinicia. É sempre assim! No fundo, ele é um bom amigo, um cara legal mesmo, mas eu acho que ele brinca demais comigo... E é só isso que me irrita nele! Segundo Mel Gibson, em “Sinais”, e segundo a chata da Anita, não existem coincidências. Meu amigo sorri ao ouvir isso, ele sabe que é verdade. Em seguida ele me encara e pergunta: “Você também sabe, não é?”. Eu não respondo! Abaixo os olhos e recomeço a andar. Ele ri e logo está caminhando ao meu lado, feliz e radiante e assobiando baixinho “Ironic” da Alanis (enquanto eu faço o meu característico “Grrrrrrr...” e digo “Infeeeeerno!”, antecipando nossa futura discussão).


(post de 2005 ou 2006, publicado em um velho blog - acho que o segundo)

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