segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O feixe

“Por que tem de me ferir, se gosto tanto de você? Se não posso fazer nem querer nada mais, pois o amor tomou conta de mim, me alimentou e foi o que me sustentou em dias melhores? Por que vou me cortar, desfigurar meu rosto e me encher de pesar? Eu apenas o amei por sua beleza como você me amou pela minha nos dias em que o mundo ainda não seguira adiante. Agora você me marca com unhas e derrama gotas ferventes de mercúrio no meu nariz; tem mandado os animais para me atacar, assim é, e eles têm comido minhas partes mais tenras. Ao meu redor os can-tai se agrupam e do riso deles surge a paz. Contudo, eu ainda o amo e o serviria e traria de novo a mágica se você me deixasse, pois foi assim que meu coração foi forjado quando saí do Primal. E antigamente eu era forte, assim como era bonito, mas agora minha energia está quase acabada. Se a tortura parasse agora, eu poderia me recuperar... se não a aparência, pelo menos minha energia e minha kes. Outra semana... ou talvez cinco dias... ou mesmo três... e será tarde demais. Mesmo que a tortura pare, vou morrer. E você vai morrer também, pois quando o amor abandona o mundo, todos os corações se calam. Fale a eles do meu amor, fale a eles da minha dor e fale da minha esperança, que ainda vive. Pois isto é tudo que tenho, tudo que sou e tudo que peço.”

Um comentário:

KImdaMagna disse...

"o feixe"- me lembrou o exemplo de que vários paus juntos ( um feixe)representavam a força do juntar os esforços...
bem... desci pela sua leitura ,
me esqueci do feixe, mas lembrei que o lirismo é uma força também.

a fantasia ainda é o tesouro não perdido...


xaxuaxo