sexta-feira, 27 de junho de 2008

This is it, Joel. It's going to be gone soon.

Era uma vez uma menininha. Aliás, o próprio nome dela tinha esse significado: menina. Ela tinha olhos grandes castanho-esverdeados, cabelos enrolados e um queixo que parecia uma bundinha. Ela queria ser astronauta. Achava incrível a possibilidade de viajar pelo espaço, conhecer seres alienígenas e tudo mais.

Só que a menininha cresceu. Quando ela tinha pouco mais de uma década de vida, o “inha”se foi. A menina, que ainda tinha a bundinha no queixo e agora escondia os grandes olhos atrás de uns óculos rosa claro e disfarçava as ondas do cabelo com um corte mais curto, se encantou com Jurassic Park. Decidiu que era isso que ela queria fazer. Seria engenheira genética e recriaria os dinossauros.

Só que a menina cresceu. Uma década e meia e ela já era uma jovenzinha. Os óculos eram mais sóbrios, cinza. O cabelo, impossível de domesticar, vivia preso. O queixo continuava igual. Talvez com uma ou outra espinha. E lá estava ela, prestes a terminar os 11 longos anos de escola e tendo que decidir o que ela seria pro resto da sua vida. E ela achou que seria bióloga. Ou professora. Ou escritora, afinal, era o que ela fazia melhor.

Só que a jovenzinha cresceu. De novo, perdeu o “inha”. Virou jovem, virou bixete, virou universitária. O cabelo começou a ser alisado esporadicamente, pois viver com ele preso não era nada bacana. Os óculos? Iguais. O queixo? Também. E lá estava ela, prestes a se formar, a ser jornalista por diploma. Mas ela achou que não era esse o caminho. Ela achou que seria cineasta. Ou roteirista. Ou diretora. Ou crítica de cinema. Ou escritora, afinal, ainda era o que ela fazia melhor.

Só que a jovem cresceu. Virou uma adulta, apesar de todos os seus receios. Se formou, começou a trabalhar... enlou-cresceu, como dizem. O cabelo foi alisado, esticado, pintado, ficou castanho claro, ficou vermelho, ficou dourado, ficou preto, cresceu, cresceu muito, cresceu mais. Os olhos ora estavam atrás dos óculos, ora revelavam toda sua verdidão com o auxílio de lentes de contato (afinal, a miopia não iria desaparecer do nada). E ora ficavam vermelhos. Muitas vezes ficavam vermelhos. Ou por irritação da lente ou por irritação do mundo, que a levava aos prantos. O queixo? Era a única coisa imutável nela.

E foi aí que ela percebeu que ela não sabia o que queria ser pro resto da sua vida. O resto da sua vida já era, inclusive, bem menor do que era pra menininha, pra menina, pra jovenzinha, pra jovem... E ela não fazia a menor idéia do que queria. Achou que, talvez, nunca fosse nada. Ou fosse alguma coisa. Ou escritora, afinal, ainda era o que ela fazia melhor. Ou astronauta...

3 comentários:

Rogério disse...

E ela cresceu e se tornou a garota mais maravilhosa q eu já conheci.
E que eu amei.
=***

Anônimo disse...

Você me copiou!!! hahahaha... Não faz mal, boas idéias sempre devem ser reinventadas!!!!
PARABÉNS!!! A sua primeira história é linda!!!!!
Sucesso!!!!!
Mil Beijos,
próxima querida!!!!!

Roberto HM disse...

Meu...eu não sei como começar o comentário; graças a Deus que já comecei.

Eu ainda não sei o que serei pelo resto da vida, porque ser algo pelo resto da vida é muito pesado. Ser o astronauta por vezes ainda se revela a melhor opção...

Eu acho que também nunca serei nada, mas como disse, já que não sou, vou brincando de ser. Então...VIVA O TEATRO!!! \O/