quinta-feira, 30 de julho de 2009

What If God Was One of Us?

Na semana passada, eu sonhei com Deus. Eu nunca imaginei que fosse possível sonhar com Deus. Pelo menos, ninguém nunca me contou algo do gênero, tipo “Cara, tive um sonho irado com Deus”. Mas eu tive.

Desde o ano passado venho estreitando minha relação com Deus. A gente tá, sei lá, ficando mais amigo. Acho... Acho, inclusive, que a gente se entende melhor já; mesmo que nossas conversas sejam unilaterais.

Na noite do tal sonho eu estava um pouco mais confusa do que o normal. Eu sou confusa pacas e vivo repleta de dúvidas na minha mente insana, querendo entender tudo, querendo encontrar respostas, sinais, justificativas. Aí eu falei pra Deus: “Olha, eu sei que rolam uns sinais através de sonhos. Já tive alguns bem interessantes. Então, pq vc não me dá um sinal hoje? Mas um fácil de entender, ok? Obrigada!”. E dormi.

Não lembro quase nada do sonho. Só lembro que ele aparecia. Ou Ele. Enfim... E, então, eu perguntava “Isso é um sinal?”. E ele dizia “Isso não é um sinal, isso é um sonho.”. Ok. Deus é mesmo um fanfarrão e ainda me tirou bonito. No meu próprio sonho. A parte boa é que não era um sinal, já que, se fosse, eu tava ferrada: não lembrava de nada mesmo.

O sonho me fez pensar muito em Deus. Deus é um dos assuntos top5 na minha vida, nos últimos tempos. Deus e coincidências. E, sim, não acredito nelas e acho que esse tipo de coisa é Deus sendo um brincalhão e se divertindo horrores às nossas custas.

Contar pra alguém esse sonho, pra mim, seria atestado de loucura. Só fiz comentários bobos, em tom de brincadeira. Acho que o assunto só se prolongou com poucas pessoas, com aquelas que conhecem tanta coisa minha que já têm absoluta certeza de que eu sou louca e, assim, isso não mudaria absolutamente nada.

Um amigo escreveu um texto muito bacana (em que meu sonho faz uma participação especial) depois disso. Esse aqui (se ele não gostar, deleto o link depois). E o texto me fez pensar ainda mais em Deus, em sonhos, em sinais, em...

E, pensando sem parar, parei para acabar de ler a autobiografia do Dias Gomes que eu estava lendo. E me deparei com isso:

Deus é um bom dramaturgo, não se pode negar, sabe jogar com suas personagens, sabe torná-las verossímeis dentro da inverossimilhança total da vida, essa tragédia farsesca. Consegue fazer com que seus intérpretes lutem por seus papéis desesperadamente na ilusão de poder melhorá-los com uma contribuição pessoal, quando Ele, cioso de sua obra, não admite cacos, atitude que apóio integralmente. Só um reparo: repete-se muito, pois todas as suas peças têm sempre o mesmo e previsível desfecho - a morte. Sei que é antiético falar mal de um colega, mas Deus sofre de milenar falta de imaginação.

É isso. Deus é, agora, uma constante na minha vida. E eu resolvi parar de pensar. E só ouvir a mais bela prece que se pode fazer... Essa aqui!

terça-feira, 21 de julho de 2009

ah, o passado...


Eles sentavam pra conversar, lado a lado. Os pés balançando.

Ele, sempre com o mesmo par de tênis pretos. E bermuda. Mesmo no frio.

Ela, sempre de sapatos coloridos.

Eles brigavam muito. E conversavam muito. Eram muito amigos, apesar de tudo.

Ele dizia “você é minha melhor amiga”.

Ela acreditava e ficava feliz. Por 47 segundos. Era o tempo que levavam para voltar para a sala. E, lá, as coisas mudavam....

Lá, ele deixava de falar com ela. Lá, ele conversava com todas aquelas pessoas que não eram as melhores amigas dele. Lá ele abraçava, beijava, conversava, era pura atenção e carinho com todos... menos com ela. E ela não conseguia entender como se era melhores amigos nesse formato.

Eles brigavam e conversavam e ele dizia que ali eles estavam trabalhando. Que amizade era algo que ficava do lado de fora. Eles nunca se falavam quando não estavam lá. Por uma dezena de motivos que, no final, se resumiam a um único. E ela não conseguia entender como se era melhores amigos nesse formato.

Quando questionava, ele dava uma explicação. Sempre a mesma: “eu preciso aproveitar ao máximo meu tempo ao lado dessas pessoas, pq elas não são tão importantes assim na minha vida... já você... você vai estar sempre na minha vida, eu não preciso aproveitar ao máximo agora.”

Não precisava ou não queria? Porque, sabe, ele precisava. Menos de um ano depois, eles já não se falavam mais. Nunca mais. Dessas coisas definitivas.

Ela não estaria sempe na vida dele. E ele nem tinha aproveitado ao máximo.

Doloroso, no início. Depois, ela achou bom. Ela, sim, tinha aproveitado ao máximo. E ela sabia – sempre soubera – que a gente tem que aproveitar ao máximo as pessoas que mais ama e não as que não são tão importantes. A gente nunca sabe quem vai sair da nossa vida...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

A Invasão


Eu não gostei de cara. A turma era nova. E tudo que é novo me assusta.
Aí, piorou: a peça era a mais chata possível. Sem graça.
Poderia ser pior? Poderia. A personagem mais sem graça também.
Acabei gostando da turma, mas nunca da peça. E o processo foi desgastante, tenso. Era texto não decorado, falta de comunhão, elenco sempre incompleto, desistências, cenas cortadas, ameaça de surpresa inesquecível... Eu só queria que acabasse logo.
Mas é sempre aquilo: tudo começa e termina nas pessoas.
Nas pessoas que eu não conhecia e conheci e adorei.
Nas pessoas que eu já conhecia e adorava.
Nas pessoas especiais.
E, pelas pessoas, foram 3 dias especiais. De comunhão, de cumplicidade, de diversão, de risadas, de piadas internas.
Por causa das pessoas, a peça foi crescendo. Foi ficando... boa? Oi?
E, quando acabou, de uma forma bonita, marcante, eu só queria que não acabasse.
É que as coisas sempre são mágicas nesse estranho espaço que chamamos de palco.
É que, de alguma forma, a gente sempre gosta de estar lá.
É que, de um jeito ou de outro, toda peça passa a ser parte de nós.
É que eu fui invadida por um carinho enorme, por todo o processo. E por todos. (Ou quase todos).
É só que eu fui invadida pela invasão...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

your confusion, my illusion

a chegada.
o encontro.
a visita.
a porta que se abre.
o sorriso de recepção, caloroso.
o sorriso de novidade, sem jeito.
o sorriso de apresentação, orgulhoso.
ele diz "minha namorada".
todos sorriem.
sua?
namorada?
desejo?
vontade?
destino?
vidência?
medo.
angústia.
your confusion, my illusion.
(como na música)
ela diz "sempre quis te conhecer".
e abraça.
com sinceridade.
com carinho.
todos sorriem.
todos sempre sorriem.
eu acordo.
e, misteriosamente, não sorrio...