Na semana passada, eu sonhei com Deus. Eu nunca imaginei que fosse possível sonhar com Deus. Pelo menos, ninguém nunca me contou algo do gênero, tipo “Cara, tive um sonho irado com Deus”. Mas eu tive.
Desde o ano passado venho estreitando minha relação com Deus. A gente tá, sei lá, ficando mais amigo. Acho... Acho, inclusive, que a gente se entende melhor já; mesmo que nossas conversas sejam unilaterais.
Na noite do tal sonho eu estava um pouco mais confusa do que o normal. Eu sou confusa pacas e vivo repleta de dúvidas na minha mente insana, querendo entender tudo, querendo encontrar respostas, sinais, justificativas. Aí eu falei pra Deus: “Olha, eu sei que rolam uns sinais através de sonhos. Já tive alguns bem interessantes. Então, pq vc não me dá um sinal hoje? Mas um fácil de entender, ok? Obrigada!”. E dormi.
Não lembro quase nada do sonho. Só lembro que ele aparecia. Ou Ele. Enfim... E, então, eu perguntava “Isso é um sinal?”. E ele dizia “Isso não é um sinal, isso é um sonho.”. Ok. Deus é mesmo um fanfarrão e ainda me tirou bonito. No meu próprio sonho. A parte boa é que não era um sinal, já que, se fosse, eu tava ferrada: não lembrava de nada mesmo.
O sonho me fez pensar muito em Deus. Deus é um dos assuntos top5 na minha vida, nos últimos tempos. Deus e coincidências. E, sim, não acredito nelas e acho que esse tipo de coisa é Deus sendo um brincalhão e se divertindo horrores às nossas custas.
Contar pra alguém esse sonho, pra mim, seria atestado de loucura. Só fiz comentários bobos, em tom de brincadeira. Acho que o assunto só se prolongou com poucas pessoas, com aquelas que conhecem tanta coisa minha que já têm absoluta certeza de que eu sou louca e, assim, isso não mudaria absolutamente nada.
Um amigo escreveu um texto muito bacana (em que meu sonho faz uma participação especial) depois disso. Esse aqui (se ele não gostar, deleto o link depois). E o texto me fez pensar ainda mais em Deus, em sonhos, em sinais, em...
E, pensando sem parar, parei para acabar de ler a autobiografia do Dias Gomes que eu estava lendo. E me deparei com isso:
Deus é um bom dramaturgo, não se pode negar, sabe jogar com suas personagens, sabe torná-las verossímeis dentro da inverossimilhança total da vida, essa tragédia farsesca. Consegue fazer com que seus intérpretes lutem por seus papéis desesperadamente na ilusão de poder melhorá-los com uma contribuição pessoal, quando Ele, cioso de sua obra, não admite cacos, atitude que apóio integralmente. Só um reparo: repete-se muito, pois todas as suas peças têm sempre o mesmo e previsível desfecho - a morte. Sei que é antiético falar mal de um colega, mas Deus sofre de milenar falta de imaginação.
É isso. Deus é, agora, uma constante na minha vida. E eu resolvi parar de pensar. E só ouvir a mais bela prece que se pode fazer... Essa aqui!