sábado, 27 de abril de 2013
Oceano das Vaidades
Longe de peças e cartas de baralho, no tabuleiro da vida, o homem cria um novo (mas não recente) jogo. A disputa consiste em definir, no enorme palco em que vivem, os atores e os personagens. O vencedor é aquele que, mergulhado em aparências, consegue distinguir o ser do parecer.
Para desânimo de alguns, na imensa maioria da população, a primeira impressão é eterna. Devido ao contato superficial, as pessoas fazem avaliações errôneas sobre seus semelhantes. A grande preocupação humana é esconder seu verdadeiro eu sob uma máscara fantasiosa de perfeição. E isso gera muitas decepções, tanto pessoais como em âmbito internacional.
Uma pequena amostra de toda essa falsidade seria a do ex-presidente Fernando Collor que, como caçador de marajás, se revelou um lobo sob pele de ovelha. A tão famosa sociedade democrática dos EUA mostra-se, realmente, muito justa... com os brancos; pois negros, índios e latino-americanos são discriminados e marginalizados.
A própria literatura é farta de exemplos. Os personagens machadianos e de Gil Vicente têm como principal preocupação a aparência. Eça de Queirós fez críticas severas à religiosidade; e Brecht, à burguesia. Nas telas do cinema, Pasolini, Visconti e Buñuel bateram, por muitas vezes, nessa tecla.
Apesar de ser mal-visto, o ato de querer parecer mais do que se é, se tornou algo natural e parte integrante do mundo de hoje. Existem aqueles que reclamam por serem tachados de falsos. Que reclamem! Se a carapuça lhes serve...
(3º colegial, tema - nem tudo que reluz é ouro, redação nota 10)
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Um comentário:
Amei!!! Redação muito boa! :)
Gosto que vc posta aqui coisas que vc escreveu tempos atrás... é gostoso ler a Tally de antes de eu conhecer, hehe! :)
Bjokas, querida!!!
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