segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Em terra de cego...



Era um grande conquistador. Todas as ilhas daqueles mares tinham sido conquistadas por ele. Eram povos tolos, fáceis de enganar; que a ele se submetiam e por ele eram manipulados.

Além de grande, era incansável. Saía para uma viagem e voltava depois de anos. Trazia várias conquistas nas costas... e uma fadiga já visível. Revia os amigos, passava a noite bebendo e dançando. No dia seguinte, pegava o navio.

Mais uma viagem! De longe, avistou duas ilhas...

Desceu na primeira e teve uma surpresa: todos os habitantes eram mudos. Reuniu a população e questionou sobre o governo. Perguntou se poderia ser o rei e chefe supremo, não obtendo resposta. O povo se mexia, negava com a cabeça... atitudes em vão! Já era tarde demais! Quem cala, consente.

Desceu na segunda. Poderia parecer incrível, mas lá, também, ninguém falava. Fez as mesmas perguntas e ouviu o mesmo silêncio. Julgou-se rei.

Triste ilusão! O povo da ilha, já que não podia falar, tinha desenvolvido sua telepatia. E sentiram nojo daquele ser primitivo que precisava abrir a boca para se comunicar. Sem sequer se mexer, tiveram uma reunião. Decidiram matá-lo.

Em terra de cego... quem tem um olho, nem sempre é rei!

(2º colegial, tema - em terra de cego quem tem um olho é rei, redação nota 7, de 30 de maio de 1996)

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