sexta-feira, 13 de março de 2009

Equações


Havia X e havia Y.
Neste caso, em específico, havia Z tb. Mas Z, embora muito presente num conceito mais amplo, é uma incógnita que não interfere tanto nesta equação.
Ela conhecia X e Y. Era bem mais próxima de Y, por motivos que lhe pareciam bem óbvios.
E aí, um dia X surtou. X sempre foi surtado, by the way. Mas, daquela vez, foi pior. E ela brigou com X. Uma briga de “nunca mais falarei com”.
Y, na hora, falou horrores de X. Incentivou. Disse que ela estava muito certa por ter brigado. Muito mesmo. Disse que X falava hiper mal dela. Que X, aquele falso hipócrita, a detestava. Ela acreditou.
Acreditou e continuou gostando muito de Y. Y estava sempre no seu Top5. Y era um arraso. Uma pessoa do bem.
Depois de um tempo, ela se viu obrigada a voltar a falar com X.
No início, era estranho.
Depois, era algo normal.
X era mais uma pessoa na sua vida. Não no Top5, mas era alguém ok. Uma pessoa estranha, mas boa.
Foi quando Y aparentemente surtou.
Y a ignorava.
Y falou coisas péssimas dela. Logo ela que sempre se preocupou e desejou o melhor para Y. Afinal, ela gostava mesmo de Y.
Tempo.
E aí Y voltou. Parecia ter saído do surto. Parecia normal. Parecia a mesma boa pessoa de sempre. Parecia ter percebido seus erros.
Após eventos envolvendo Z, Y sumiu. De vez. Encontros casuais, bobinhos. E sumiço pra sempre.
Ela, inclusive, desconfiava que Y tivesse sumido por causa de Z. Não por maldade de Z, mas pelo rumo que as coisas tendiam a tomar.
E então, um belo dia, ela teve uma conversa com X. X já era alguém muito presente em sua vida. Ainda não no Top5. Mas provavelmente no Top10. O passado já era passado e eles já sabiam como não repetir o incidente anterior. E, por isso, podiam ter uma conversa franca. Aberta. Sincera. Sobre muita coisa...
E, voltando no tempo, X comentou sobre como Y havia falado mal dela durante a briga. E falado que X tinha feito muito bem em parar de falar com ela.
E como, depois, Y havia procurado X tentando armar um complô infantilóide contra ela.
Ela estava feliz e radiante, confiando em Y, gostando de Y, torcendo pra que Y se desse bem naquele momento em específico... E Y estava procurando justamente X para falar mal dela, dizer que eles precisavam fazer com que ela deixasse de ocupar o “cargo” idiota que ocupava (por indicação de Y, aliás), falando que eles precisavam fazer algo pra que ela não se destacasse, uma vez que ela sempre se destacava por motivos absurdos.
E quando Y desistiu, quando Y pediu pra sair, Y deixou bem claro para X o motivo: estava saindo por causa dela.
Ela.
Ela que havia sinceramente amado intransitivamente Y, como só os grandes amigos são capazes de amar.
E aí ela se sentiu uma completa imbecil por ter se enganado.
E teve pena de Y, que evidentemente não era a pessoa incrível que ela pensava.
E teve medo do que Y poderia ter falado a Z. E do quanto Z poderia ter “ido na onda” de Y.
E ela percebeu que as equações humanas são terrivelmente incompreensíveis e, muitas vezes, não têm solução.

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