terça-feira, 15 de janeiro de 2013
Eu li num livro 24
Livro: Encontros
Autor: Trechos de entrevistas de Zé Celso Martinez Corrêa
Doses de sabedoria:
* Eu não acredito em família, não acredito em comunidade, não acredito em grupo, acredito em gente trabalhando junto, em determinada fase da vida, e essas fases mudam. Agora, a organização da liberdade depende de condições muito especiais e de uma coisa que na comunicação direta é essencial: que é paixão.
* Mas a gente descobriu que a linguagem do teatro não está no texto; que o teatro se faz no palco, com o corpo da gente, com as vibrações cortando o espaço.
* O artista não cria no convento, na castidade, na obediência ou na disciplina. O ator tem que ser um centro de liberdade, de poder. Para isso ele tem que viver intensamente, ser um deus, um rei, o que aliás todo mundo é. Mas o ator é que trabalha para manifestar isso: que o ser humano é divino, é livre, pensa e age; pode estar acima ou abaixo do bem e do mal, da moral, da militância e da sabedoria. Enfim, que o ser humano é um mistério poderoso. O teatro é um espelho que mostra o ser humano em toda a sua grandeza e mesquinharia. Mas para que esta revelação seja possível, é preciso que a sociedade queira ver as coisas com a liberdade que elas podem ter. A censura e a militância não poderão mais existir.
* A humanidade está cansada de saber que os artistas sempre foram escandalosos, difíceis, grupos de risco, e aí está a sua qualidade. Não podemos pedir ao artista que seja um militante, um burocrata, um empregado, um sujeito decente, digno, sábio. O artista é outra coisa.
* A maior utopia é a coisa mais simples que existe, é você chegar aqui e agora. Na hora que acontece o teatro você tem que trabalhar com as energias presentes, e dar confiança pra que essas energias presentes atuem com seu poder onde elas estiverem, a qualquer momento, a qualquer hora, a qualquer instante.
* Eu acho o seguinte: que a posição do Oficina é uma posição radicalmente cultural, acredito que a arma que existe para combater a violência, para combater a pobreza, para combater a desigualdade é a cultura. A cultura aliada à educação. A educação só não basta. Você pode educar em rebanho, mas a cultura é crítica, é inovadora, é insolente, é libertadora, é polêmica.
* Repórter: Você é católico?
Zé Celso: Não, eu sou do teatro. Minha religião é o teatro.
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Um comentário:
Mto bom!!! Zé Celso arrasa, haha!
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