terça-feira, 10 de julho de 2012

Morte aos teen movies!


Tá, eu admito: eu gosto dos malditos teen movies. Já vi dezenas deles e, com certeza, ainda vou ver muitos. E, pra quem ainda não está entendendo, teen movie é aquele típico filme americano para adolescentes. São divertidos, são engraçados, são fofinhos... São terríveis!! Pode até não parecer, mas ele ainda vão acabar com você.

Por quê? Ora, porque eles (diretores, produtores, atores) são especializados em colocar milhões de mentiras na tela e te convencer de que aquilo vai ser sua realidade. E o que acontece? Você espera que as coisas aconteçam como nos filmes e, quando não acontecem, você se desespera e se sente a mosca do cocô do cavalo do bandido do pior filme western americano!! É verdade!

Por exemplo... Você é a "típica personagem de teen movie 1": feia, tímida, "chata", sem amigos, super inteligente e tal. Aí você vê os filmes e acha que tudo vai mudar: você vai acabar se tornando a mais bonita, legal, descolada, popular... e vai namorar o bonitão da escola! Só que não é por aí... Se você nasceu feia, só o Pitangui resolve. Ninguém fica bonita, você sempre foi só que não tinha se dado conta. Timidez é outra coisa que sempre te acompanhará; pode até diminuir, mas é pra sempre, é parte da sua personalidade. "Chata" e "legal" são conceitos muito relativos, ninguém consegue ser 24 horas por dia, 7 dias por semana só um deles. E se as pessoas se aproximarem de você porque você ficou mais rica ou popular, não são amigos, são simplesmente pessoas interesseiras. Ah, e não, o Freddie Prinze Jr. não vai te pedir em namoro. E também não pense que a "típica personagem de teen movie 2" vai ter o destino cinematográfico que você espera. Você provavelmente conhece uma assim: linda, rica, popular, namorada de um cara lindo, filha de milionários, idolatrada por todos... ou seja: a cheerleader (mesmo que esse negócio não aconteça muito no Brasil, o que eu acho muito errado, ia ser muito divertido... quer dizer... não que eu quisesse ser cheerleader, eu devo estar mais para a personagem 1)! E você deve morrer de raiva dela, certo? Afinal, pra que ser tão perfeita? Aí você pensa: "Ela vai pagar por isso, tenho certeza!". Só que... a) ela não é, como você deseja desesperadamente, muito triste e depressiva, tipo "pobre menina rica". Cai na real! Ela tem tudo que ela pode querer, porque iria ser triste? e b) ela não vai ficar pobre, feia, gorda e solteirona e abandonada por todos no "final". Aliás, ela é capaz até de casar com um cara lindo e rico, que vai garantir a beleza e a riqueza eterna dela. E ela vai ser feliz, sim.

Outro ponto importante é a faculdade. Você já reparou como ela parece tudo nos filmes? Balada todo dia, caras lindos e sensíveis, dividir o apartamento com um amigo gay que é o cara mais divertido do planeta, amigas divinas... Aí você conhece a realidade: provas, trabalhos, estágios, professores chatos, falta de tempo, disciplinas insuportáveis... Balada? Muito raramente. Caras lindos? Poucos... Quase todos com namoradas. Amigos gays? Nenhum... (quédizê... rs). Amigas? Essas você vai encontrar, mas elas vão ser tão legais quanto no colegial...

Eu sei que tudo isso soa meio pessimista! Não é minha intenção. Eu não quero que você deixe de assistir teen movies, só quero que não "viaje" neles, que saiba separar o que é real do que não é. E também não quero que você ache que sua vida vai ser uma porcaria; ela pode até ser como nos filmes, mas você vai ter que fazer isso, ser sua própria diretora, pois seu roteiro vai ser escrito a cada dia. E você vai ter que fazer de tudo pra que, quando o THE END aparecer na tela, você esteja certa de que valeu a pena e de que faria tudo, do mesmo jeito, de novo.

aí era 2002 e apareceu a ideia de eu escrever uma coluna em uma revista teen... esse seria o primeiro texto, mas a revista não deu certo...

terça-feira, 3 de julho de 2012

O poder nos e dos diários - Parte III


Quinta, 21 de março de 2002


Como? Como? Como é possível alguém acabar com toda a fibra? Auto-confiança? Toda a dignidade de uma pessoa?


Marcelo Marcella é a pessoa (com nome de transformista, a propósito) mais desprezível que eu poderia conhecer em toda a minha existência terrena! Como ele pôde?


Estava eu todo confiante, cheio de argumentos brilhantes, pronto para mostrá-lo como seu comportamento com empregados é deselegante. Falei sobre a escritura do muro da empresa e como ela era importante para todos os subordinados humilhados diariamente por todo o mundo e quando estava pronto para falar que ele deveria refletir sobre suas atitudes e como elas deveriam mudar, ele bateu as mãos na mesa e:


- Senhor Pedro Prestes, então o senhor é responsável pelo ato de vandalismo em nosso muro?
- Como vandalismo, sr. Marcella? E não fui eu...
- Pichação é vandalismo sim, sr. Prestes. Bem no dia da fiscalização... é uma afronta pessoal, na verdade!


A partir daí não abri mais a boca. A droga do M.M. bradava tão ferozmente que podia ver todas as gotículas nojentas de cuspe saindo da boca daquele vil e molhando um documento, que sinceramente torço para que seja muito importante e esteja arruinado.


Não bastasse toda a eternidade de ofensas, o desgraçado ainda me demitiu! Mas tudo bem!  Manterei-me forte, recuperarei minha confiança e arrumarei umemprego muito melhor. Como fala o livro que comprei após a reunião-tragédia: tudo depende de um equilíbrio de chacras. Sim! Já me sinto melhor!


Ah, droga! Perdi meu livro "Como não fazer tempestade em copo d'água no trabalho".


(Era março de 2002 e a professora de Redação pediu que cada dupla escrevesse um texto praticamente livre baseado na frase "Quando você for martelo, lembre-se de que já foi prego". Eu e a Éve provamos nossa tendência pra literatura com esse texto e recebemos nota máxima. E houve boatos de que o texto tinha que ser "jornalístico" por ser uma faculdade de Jornalismo... rs)