Eles sentavam pra conversar, lado a lado. Os pés balançando.
Ele, sempre com o mesmo par de tênis pretos. E bermuda. Mesmo no frio.
Ela, sempre de sapatos coloridos.
Eles brigavam muito. E conversavam muito. Eram muito amigos, apesar de tudo.
Ele dizia “você é minha melhor amiga”.
Ela acreditava e ficava feliz. Por 47 segundos. Era o tempo que levavam para voltar para a sala. E, lá, as coisas mudavam....
Lá, ele deixava de falar com ela. Lá, ele conversava com todas aquelas pessoas que não eram as melhores amigas dele. Lá ele abraçava, beijava, conversava, era pura atenção e carinho com todos... menos com ela. E ela não conseguia entender como se era melhores amigos nesse formato.
Eles brigavam e conversavam e ele dizia que ali eles estavam trabalhando. Que amizade era algo que ficava do lado de fora. Eles nunca se falavam quando não estavam lá. Por uma dezena de motivos que, no final, se resumiam a um único. E ela não conseguia entender como se era melhores amigos nesse formato.
Quando questionava, ele dava uma explicação. Sempre a mesma: “eu preciso aproveitar ao máximo meu tempo ao lado dessas pessoas, pq elas não são tão importantes assim na minha vida... já você... você vai estar sempre na minha vida, eu não preciso aproveitar ao máximo agora.”
Não precisava ou não queria? Porque, sabe, ele precisava. Menos de um ano depois, eles já não se falavam mais. Nunca mais. Dessas coisas definitivas.
Ela não estaria sempe na vida dele. E ele nem tinha aproveitado ao máximo.
Doloroso, no início. Depois, ela achou bom. Ela, sim, tinha aproveitado ao máximo. E ela sabia – sempre soubera – que a gente tem que aproveitar ao máximo as pessoas que mais ama e não as que não são tão importantes. A gente nunca sabe quem vai sair da nossa vida...
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