terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Em novembro eu...

* li 02 livros.
* assisti "Tropa de Elite 2" no cinema (e que filme maravilhoso! e o que é o Wagner Moura? DIVO!)
* assisti "Boca de Ouro" com a Pati Noêmia num clube x (que eu não lembro o nome), com a Li, a Jaque, o Ame, a Flá e o namorado dela.
* descobri que tudo é tipo internet.
* fiz planos de grupos de teatro e peças chamadas "Plinct" num lugar chamado Batidão (oi?), com a Li, a Jaque e a Flá (e o namorado dela, rs).
* operei luz em "Um Tango Argentino", peça hiper fofa do Wanderley, com a Flávia no elenco.
* conheci a casa da Flávia (e colocamos a fofoca em dia).
* operei luz na peça que eu faço assistência ("A Rosa de Cabriúna") e, no último dia, ainda fui pro palco - morrendo de medo - fazer uma mãe que só arrota e uma parteira caipira bêbada.
* conheci a casa do Ame, a família dele e a irmãzinha diva dele, que fala "eu sou ryyyyyyca!"
* ensaiei com a deusa Lindner e morri de sunga branca com ela.
* assisti "O Inspetor Geral", dirigida pelo Wandeco, com o pessoal de "Rasto Atrás", com essa criatura aqui dando show e com uma música que não sai da cabeça.
* revi o Léo, fofocamos muito até 4h da manhã na casa dele (que eu tb conheci, rs).
* fiz a luz de "Casais Abertos", minha outra assistência do semestre, me diverti muito (tirando os imprevistos) e ainda conversei muito com o Maykol.
* morri de rir na tal da Toca com a Li, a Jaque, o Beto, o Dan, o Maykol, o Fê, o Wanderley, o Lucas e o Jailton.
* ensaiei com a Li, a Rê e a substituta de todos do elenco, a Marcela.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Diário da Emília - 05/03

Eu sabia que o Aldo ia virar amigo do Sílvio. Meninos bobos ficam juntos. Eu falei pro Aldo que o Sílvio não presta, mas ele é burro. Sabe o que ele diz na escola? "Esse é o meu irmão". Aí eu digo "Ele não é nosso irmão. O pai dele é cafajeste e a mãe dele morreu de desgosto" e todo mundo ri. Ri do Sílvio. Hoje o Aldo olhou pra mim e disse baixinho "Você me mata de vergonha. Eu queria que você não fosse minha irmã". Eu contei tudo pro pai à noite e ele bateu no Aldo. Bem feito! E o pai disse que o Aldo tava mudando muito desde que o Sílvio veio pra cá. O pai é o único homem que presta em todo o mundo, tão inteligente... Ah, e os santos também prestam. E os padres. E o Papa.

Emília

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Não se mata o que se ama.

Depois de matar o menino pela lei do Rito do Mar

  • CORO: Das muitas experiências que se tem na terra, a mais triste é quando uma pessoa se separa da outra e as duas estão vivas. Por isso a separação pela morte é melhor… Dói menos… A eterna transformação de todas as coisas é a lei do mundo. A vida é como um sonho, É como orvalho, É como um relâmpago, É como uma bolha. Será que o Yamabushi não enxerga essa lei e o profundo sentido dessa lição?
  • TSURE (ao Waki): As águas estão subindo. Vamos embora!
  • WAKI: Não. Eu não estou de acordo. Eu não vou continuar.
  • TSURE: Se o nosso mestre não vai continuar, o que vai ser de nós? Vamos embora!
  • WAKI: Pense bem: o que é que eu vou dizer a mãe deste menino quando nós voltarmos à terra natal? No fundo não existe diferença entre a doença e a dor e por isso eu quero ser submetido ao Rito do Mar. Ou criar outra lei: Não se mata o que se ama.

mexeu comigo. só.

não é diretamente proporcional a quanto se sente.
é diretamente proporcional a quanto se acredita.
a dor, eu digo.


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Eu li num livro 9

Livro: Justine

Autor: Marquês de Sade

Dose de sabedoria:
* "... tentei tirar do fundo de mim mesma os motivos para extinguir na minha alma aquela desgraçada paixão que a devorava .. . mas é o amor um mal que se possa curar?"

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

if i only had a heart...

Ela escrevia. Muito. E sempre. Era uma das coisas que mais gostava de fazer. E, se tinha algo que ela sabia que fazia bem, era escrever. Praticamente uma escritora, aquela menina Dorothy.

Ele era real. De verdade. Quase de carne e osso. Mas queria ser um personagem. Talvez não desde sempre, mas, desde que ele e a menina Dorothy se conheceram, ele lhe pedia para que ela o transformasse em um personagem de uma de suas histórias.

Seria tão fácil pra ela fazer isso... Essa capacidade de transformar em literatura tudo que lhe acontecia, até os acontecimentos mais banais. Mas, como todo escritor, Dorothy também tinha momentos de dificuldades com as palavras. Para certas coisas, elas fugiam. Eram substituídas por um enorme vazio em sua mente e uma angústia na alma, a dor de não conseguir descrever com palavras o que realmente importava. Ela havia lido em um livro que as palavras diminuem as coisas que realmente importam. E ela não queria diminuir. Não queria reduzi-lo a um personagem, ele que era tão humanamente cheio de detalhes. E tinha medo de diminuir também outra coisa: o que sentia. E medo, ainda, de se entregar. De que as palavras a traíssem e deixassem claro, evidente, óbvio, o que ela escondia, guardava, tentava negar. Aquela coisa que surgira em seu peito sem sua permissão, aquela coisa que fugia ao seu controle, que queria se exibir, e que crescia...

Quando ainda morava no Kansas, ela tentara uma vez transformar alguém muito especial em personagem. Para isso, ela também se transformara. Criara todo um universo, um longo enredo, muitos personagens... Uma longa história para, no último parágrafo, fazer com que sua personagem fizesse o que ela não tinha coragem de fazer: declarar aos quatro ventos o que pulsava em seu coração. Só que, antes de concluir a história, a vida real se encarregara de frustrar seus planos. E tudo desapareceu. O personagem e a pessoa.

Depois, em Oz, ela repetira o erro. Errara, inicialmente, em se apaixonar por um espantalho, sem cérebro. E, então, escrevera tantas vezes sobre ele, esperando que ele percebesse, que tudo desse certo, como num livro de final feliz. Não era um livro, era a vida: ele não percebeu, ela precisou ser mais direta e, mesmo assim, não deu certo. Nada de final feliz.

E, agora, aquela angústia. Aquela dúvida. De um lado, a vontade de satisfazer a vontade dele. De outro, o medo de errar de novo. De a vida real ser, de novo, algo que dói e não a coisa boa que ela acreditava que sempre deveria ser. Ela não queria eternizá-lo como personagem, queria a pessoa real, como era, e agora.

O medo. O medo, o medo, o medo... Qualquer homem de lata transforma Dorothy no leão sem coragem.

E, então, ela soube o que precisava fazer. Calçou os sapatos de rubi tamanho 34 e correu pela estrada de tijolos amarelos, até chegar à Cidade de Esmeraldas. Bateu no enorme portal e pediu pra falar com o Mágico.

Quando ele chegou, ela, impulsiva, falou tudo de uma vez, sem parar, com a urgência de quem tem medo de voltar atrás e desistir: "Lembra quando viemos aqui e você disse que o Leão sempre teve coragem, o Espantalho sempre teve cérebro, o Homem de Lata sempre teve coração e eu sempre tive comigo aquilo que me faria voltar ao Kansas? Lembra quando você nos fez ver que sempre temos conosco o que buscamos, que sempre vamos encontrar o que precisamos dentro de nós? Lembra quando você me fez ver que eu mesma sempre conseguiria resolver meus problemas? Pois bem, preciso que você me faça perceber que tenho, dentro de mim, a coragem que estou buscando."

Ele sorriu. Ela era sempre assim. Era a menina tornado, Dorothy Gale. Sempre chegando como um tornado, sempre transbordando tudo. Carregando o tornado no cérebro, no coração e na alma. Ele gostava dela. Aprendera a gostar daquela coisa Clementine Kruczinsky nela. E disse: "Você tem não só a coragem para fazer, como também toda a sabedoria necessária para lidar com seja lá o que venha depois e, principalmente, o coração forte e puro para continuar pulsando e te fazendo ser a menina encantadoramente impulsiva que você é, não importa o que aconteça", e beijou-lhe a testa, finalizando "Então, faça."

Ela sorriu. E, então, fez...

Wizard of Oz: As for you, my galvanized friend, you want a heart. You don't know how lucky you are not to have one. Hearts will never be practical until they can be made unbreakable.
Tin Woodsman: But I still want one.